As autoridades dos Estados Unidos revelaram um esquema de fraude em larga escala no mercado de criptomoedas, comandado por 18 indivíduos e empresas.
Segundo as investigações, essas companhias realizaram práticas ilegais de manipulação de mercado que visavam inflacionar artificialmente o valor de criptomoedas, enganando investidores e gerando lucros indevidos.
Até o momento, quatro acusados já se declararam culpados, e outros três foram presos no Texas, no Reino Unido e em Portugal. Durante as operações, US$ 25 milhões em criptomoedas foram apreendidos, e robôs de negociação usados para realizar transações fictícias (“wash trades”) foram desativados.
Entendendo o golpe
De acordo com os documentos da acusação, as empresas de criptomoedas envolvidas faziam declarações enganosas sobre seus tokens e simulavam negociações para aumentar o volume de transações e atrair novos investidores.
Esse tipo de manipulação, conhecido como “pump and dump”, é utilizado para inflar o valor dos ativos e, em seguida, vendê-los por preços acima do valor real, gerando grandes lucros para os responsáveis pelo esquema.
Além disso, essas empresas teriam contratado firmas de serviços financeiros, os chamados “market makers”, para executar as transações fraudulentas em troca de pagamentos.
Um dos acusados, que aceitou colaborar com as autoridades, descreveu a prática de forma direta:
“O objetivo é fazer com que os outros compradores, pessoas que você não conhece ou não se importa, percam dinheiro para que possamos lucrar”.
Quem está envolvido?
Entre as empresas financeiras envolvidas no esquema estão ZM Quant, CLS Global, MyTrade e Gotbit, sendo que seus funcionários também estão entre os acusados.
Um dos destaques desse esquema foi a Gotbit, que é acusada de manipular o volume de negociações do token Robo Inu, elevando-o a US$ 1 milhão de forma artificial.
“Esse caso deixa claro que, independentemente da tecnologia, enganar investidores é crime. Nosso escritório continuará a perseguir fraudes, inclusive na indústria de criptomoedas”, declarou o procurador interino dos Estados Unidos, Joshua Levy.
Investidores que possam ter sido afetados pelas fraudes estão sendo incentivados a entrar em contato com as autoridades. Além disso, a SEC dos EUA já entrou com ações civis contra várias das empresas e indivíduos envolvidos no caso, acusando-os de violar as leis de valores mobiliários.