O Federal Reserve (Fed) finalmente decidiu sair de cima do muro. Em discurso no Wyoming Blockchain Symposium, Michelle Bowman, vice-presidente da instituição, afirmou que os bancos estão livres para atender empresas de criptomoedas sem medo de sanções.
Com isso, o Fed elimina uma das principais travas que afastavam bancos do meio cripto, o chamado “risco reputacional”, que há anos servia de desculpa para rejeitar clientes ligados ao ecossistema de ativos digitais.
Bowman foi clara ao dizer que a escolha dos clientes é responsabilidade da gestão do banco, e não dos reguladores. Segundo ela, o mercado de criptomoedas já sofreu demais com regras confusas e interpretações contraditórias vindas dos supervisores.
Além disso, a vice-presidente criticou a mentalidade “excessivamente cautelosa” das autoridades, apontando que, se continuarem tentando bloquear inovações, a tecnologia pode simplesmente ignorar o sistema bancário, tornando-o irrelevante.
📜 Um novo guia com 4 princípios
O Fed agora se apoia em quatro diretrizes para tratar a relação entre bancos e ativos digitais:
- Segurança regulatória: a primeira preocupação é dar clareza nas regras, para que empresas saibam se podem ou não investir em blockchain dentro da lei.
- Regulação caso a caso: Bowman defendeu um modelo mais adaptável aos contextos, evitando generalizações e julgamentos baseados em cenários extremos.
- Defesa do cliente: a nova postura do Fed ainda exige que as normas de proteção ao consumidor continuem valendo, como as regras contra práticas abusivas ou lavagem de dinheiro.
- Competitividade dos EUA: para Bowman, os Estados Unidos precisam ser vistos como referência em inovação financeira. Sem um ambiente regulatório eficiente, o país perde espaço para outros que estão mais abertos ao novo.
🤝 Tecnologia na prática, não só na teoria
Um ponto curioso do discurso foi a sugestão de que até os funcionários do Fed deveriam experimentar ativos digitais com valores pequenos, para entender como a tecnologia funciona de verdade e não só na teoria.
Bowman também afirmou que o Federal Reserve reconhece o potencial da tokenização de ativos, e que bancos de todos os portes podem se beneficiar com as eficiências operacionais dessa nova infraestrutura.
Ela ainda mencionou o impacto da aprovação do GENIUS Act, que fortalece o papel das stablecoins no sistema financeiro dos EUA.
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