Legisladores franceses apresentaram um projeto para transformar o bitcoin (BTC) em ativo estratégico nacional. A proposta mira acumular 2% da oferta total da criptomoeda até 2032.
O plano foi apresentado por Éric Ciotti, presidente do partido Union de la Droite Républicaine (UDR), e prevê a criação de uma reserva estatal de BTC supervisionada pelo Ministério da Economia.
A medida foi formalmente apresentada em 28 de outubro e propõe que a França adquira até 420 mil BTC ao longo de sete a oito anos.
🇫🇷 Como funcionaria a reserva de Bitcoin da França
A proposta francesa é a mais detalhada já feita por um país da Europa Ocidental. Ela combina mineração pública, retenção de ativos confiscados, aportes de contas de poupança populares e até pagamento de impostos com criptomoedas.
Segundo o texto, o financiamento da reserva viria de quatro fontes principais:
- Usinas nucleares e hidrelétricas usariam energia excedente para mineração pública
- Bitcoins apreendidos judicialmente deixariam de ser vendidos e passariam a compor o tesouro nacional
- Uma fração dos depósitos diários das contas Livret A e LDDS seria convertida em bitcoin (estimativa de €15 milhões por dia)
- Cidadãos poderiam pagar alguns tributos em BTC, criando um fluxo de entrada orgânico para os cofres públicos
Além disso, o projeto prevê incentivos fiscais para mineradores locais e um período de teste de cinco anos para uso de energia excedente. Também sugere novos impostos para data centers e menciona o uso de stablecoins lastreadas em euro como alternativas ao sistema tradicional de pagamentos.
No entanto, o partido UDR conta com apenas 16 dos 577 assentos na Assembleia Nacional, e dificilmente aprovará a medida sem apoio de outras legendas.
🧱 Estratégia é resposta à pressão econômica e geopolítica
No dia seguinte ao anúncio francês, o partido alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) apresentou uma moção para que o país estude a adoção do bitcoin como ativo de reserva. A ideia em ambos os casos é buscar proteção contra desvalorização da moeda e instabilidade geopolítica.
Na visão dos proponentes, o BTC oferece previsibilidade, resistência à censura, escassez comprovada e verificação on-chain, além de não poder ser confiscado por potências estrangeiras.
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