Dois representantes do Federal Reserve (Fed), Thomas Barkin e John Williams, compartilharam suas perspectivas sobre a economia dos Estados Unidos, inflação e outros temas importantes para o próximo governo norte-americano.
Apesar de demonstrarem otimismo em relação aos fundamentos econômicos, ambos destacaram a necessidade de maior clareza nas diretrizes governamentais.
Empresas e mercado de trabalho
Thomas Barkin destacou sinais positivos no comportamento dos preços praticados pelas empresas, que, segundo ele, estão retornando aos padrões observados antes da pandemia de COVID-19.
O mercado de trabalho também foi apontado como um fator de estabilidade, com a taxa de desemprego de dezembro reforçando esse cenário.
“Não há muitas evidências de que a economia esteja enfraquecendo. A demanda está forte, mas não em níveis explosivos”, comentou Barkin.
Inflação e cortes de juros
Quando o assunto é inflação, Barkin demonstrou confiança na trajetória de redução das pressões inflacionárias, mencionando que o Fed continua avançando em direção à meta de 2%.
“Já conseguimos identificar caminhos possíveis para que a inflação permaneça estável ou continue convergindo para nosso objetivo”.
Sobre as taxas de juros, o especialista apontou que os índices de longo prazo permanecem em níveis semelhantes aos do início dos anos 2000, período de maior flexibilidade para os negócios. Ele também confirmou que não há mudanças que justifiquem ajustes na política monetária do Fed.
Governo Trump
Tanto Barkin quanto John Williams manifestaram preocupação com a ausência de diretrizes mais detalhadas por parte do governo Trump.
Barkin disse que, embora já existam sinais gerais em áreas como tarifas, ainda faltam definições mais claras.
Além disso, Williams ofereceu outras análises importantes sobre a economia:
- Inflação: ele ressaltou que parte da queda nos índices inflacionários está relacionada a fatores externos.
- Mercado imobiliário: a forte demanda por habitação foi citada como um dos pilares da estabilidade econômica.
- Taxa de juros neutra: Williams apontou que, embora a dívida pública mais elevada possa influenciar a taxa de juros neutra, isso não é atualmente um elemento determinante nas decisões de política monetária.
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