A atualização Fusaka do Ethereum está prestes a sair do forno. Prevista para início de novembro, idealmente antes do evento Devconnect, que acontece de 17 a 22 de novembro em Buenos Aires, a nova versão promete acelerar a rede e torná-la mais estável.
Com 11 EIPs na lista final, a fusão entre ambição e pé no chão é o que dita o ritmo do desenvolvimento. EIP-7825, por exemplo, mira melhorias de segurança e desempenho, sem complicar a vida dos nodes.
Com isso em mente, o EIP propõe um limite fixo de 16.777.216 unidades de gas por transação, funcionando como uma trava para evitar execuções excessivamente pesadas. Transações que ultrapassarem esse teto são barradas logo na entrada, ainda no envio ao mempool, o que ajuda a economizar recursos computacionais e a manter a rede mais leve.
O mesmo critério vale para os blocos. Se um validador tentar inserir uma transação acima do permitido, o bloco será automaticamente rejeitado no consenso. Essa padronização reduz riscos de sobrecarga e facilita o trabalho dos clients da rede, que passam a retornar erros claros e uniformes — como o “MAX_GAS_LIMIT_EXCEEDED” — em situações de excesso.
Além de melhorar a segurança, o EIP-7825 também dá previsibilidade para quem desenvolve ou opera nodes. Com o limite bem definido, fica mais fácil estimar custos, planejar infraestrutura e evitar imprevistos. O valor escolhido, baseado em 2²⁴, também segue critérios técnicos que simplificam a leitura dos dados pela própria rede.
Demais melhorias previstas na atualização Fusaka
O upgrade trará recursos importantes para aumentar a escalabilidade da camada base. O EIP-7594, conhecido como PeerDAS, permite que nodes façam amostragem parcial (“sampling”) de dados de blobs em vez de baixá-los por completo — aumentando eficiência e suportando blocos com até 50 blobs. Isso reduz o peso para operadores de nodes e viabiliza maior capacidade para Layer 2 e dados em massa.
O upgrade ainda introduzirá ajustes automáticos via EIP-7892, que permite mudanças leves nos parâmetros de blobs sem a necessidade de hard fork completo.
Enquanto isso o EIP-7917 facilita a coordenação entre validadores, antecipando quem será responsável pela proposição de blocos — melhorando sincronia e previsibilidade.
O EIP-7918 tem o intuito de ajustar a taxa-base de blobs com base no custo de execução, trazendo estabilidade ao mercado de dados em blobs.
Outras propostas aprimoram o EVM e a defesa da rede. O EIP-7823 define limites para a operação MODEXP, evitando variações gigantescas e erros inesperados.
O EIP-7883 aumenta o custo de gas da operação ModExp, fortalecendo resiliência contra ataques DoS.
Há também limites definidos em blocos RLP (EIP-7934), ajustes no limite padrão de gas por bloco (EIP-7935) e um novo opcode para contar zeros à esquerda (EIP-7939), que deve otimizar cálculos.
Por fim, o EIP-7951 insere um precompile para curva secp256r1, melhorando a performance criptográfica e compatibilidade com novas aplicações.
🔧 Nem tudo entrou no pacote
O EIP-7907 e o EVM Object Format, ficaram de fora por exigirem tempo demais. Para não comprometer a entrega, os devs optaram por priorizar o que já está maduro.
Os testes em rede começaram e seguem até outubro. O objetivo é garantir que tudo esteja pronto para o evento — que, na prática, funciona como uma espécie de “vitrine” para a comunidade técnica global.
📡 Próximo passo: Glamsterdam
Mesmo com o Fusaka na reta final, a turma do core já pensa na próxima parada, a Glamsterdam, prevista para 2026. Entre as ideias, uma chama atenção: reduzir o tempo de bloco de 12 para 6 segundos. Isso dobraria a capacidade de transações e melhoraria a experiência em dApps.
A proposta, apresentada por Barnabé Monnot, será discutida no próximo AllCoreDevs, no dia 1º de agosto. Se avançar, pode redefinir a fluidez da rede e consolidar o Ethereum na dianteira dos contratos inteligentes.
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