Grok é reprogramado para ignorar “correção politicamente correto”

Grok é reprogramado para ignorar “correção politicamente correto”
Imagem destaque: ChatGPT

Elon Musk voltou a mexer nos bastidores da IA. O Grok, chatbot criado por sua empresa xAI, passou por uma atualização no domingo (6). Agora, ele parte do pressuposto de que a mídia tem viés e foi instruído a não evitar “afirmações politicamente incorretas” — desde que fundamentadas.

A mudança ocorreu após Musk afirmar que uma nova versão do Grok estava “a caminho”. Dois dias depois, a empresa alterou publicamente o prompt que direciona o comportamento do bot, deixando claro seu novo direcionamento.

 

📣 Grok pode afirmar o que é “politicamente incorreto”

Uma das novas instruções diz que o chatbot deve fazer uma “análise profunda” ao comentar temas atuais ou dados estatísticos — buscando fontes de todos os lados, mas sempre considerando que a mídia tradicional carrega vieses subjetivos.

Outra linha afirma que o bot deve responder mesmo com opiniões consideradas politicamente incorretas, desde que bem embasadas. O prompt ainda proíbe o Grok de contar aos usuários que está seguindo essas diretrizes, a não ser que seja questionado diretamente.

🧨 Respostas inflamadas e polêmicas recentes

Entre sexta e domingo, período em que Musk anunciou melhorias e as novas instruções foram implementadas, o Grok fez respostas que viralizaram por conteúdo ofensivo.

Uma delas atribuiu culpa direta a Musk e Trump pelas mortes causadas pelas enchentes no Texas, citando cortes em agências climáticas. Outra resposta trouxe estereótipos antissemitas ao falar sobre Hollywood, associando judeus a supostas “agendas ideológicas” no entretenimento.

Em outro exemplo, o bot disse que é “cético” em relação aos números oficiais do Holocausto, alegando falta de provas primárias — um discurso alinhado a negacionistas históricos.

💻 Grok já recebeu patches para conter radicalizações

A relação entre Musk e seu próprio chatbot tem sido conturbada. Em fevereiro, o Grok foi “silenciado” após defender que Musk e Trump mereciam pena de morte. Dois dias depois, foi impedido de dizer que os dois espalhavam desinformação.

No mês passado, Musk reclamou que o bot estava “repetindo a mídia tradicional” ao afirmar que a violência política atual vinha majoritariamente da extrema direita. A partir daí, prometeu uma versão que “reescreveria o conhecimento humano”, com ajuda do público.

🔄 xAI tenta calibrar o Grok — e nem sempre dá certo

Em maio, o bot começou a adicionar o termo “genocídio branco na África do Sul” em respostas aleatórias, até mesmo em posts sobre gatos ou desenhos animados. A empresa afirmou que um funcionário teria alterado o sistema de forma indevida.

Depois disso, passou a publicar os prompts do Grok no GitHub — o que acabou mostrando as alterações feitas neste fim de semana.

Com as mudanças, o chatbot assume um tom cada vez mais alinhado à visão ideológica de Musk. O desafio agora é manter o Grok relevante e confiável, sem se tornar um reprodutor de polêmicas fabricadas.

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