O sonho de um corte nos juros americanos em setembro está cada vez mais distante. Após a divulgação dos dados do PCE — o índice de inflação favorito do Fed — as apostas do mercado mudaram de lado, e agora a maioria acredita que os juros continuarão estacionados.
A cereja no bolo: críticas afiadas de Trump contra Jerome Powell, com direito a insulto público e teoria inflacionária made in tarifa.
📊 PCE sobe, cortes evaporam
O PCE de junho subiu 2,6% no acumulado de 12 meses, contra previsão de 2,5%. O núcleo, que exclui alimentos e energia, foi a 2,8%, também acima do projetado.
Com isso, as chances de corte em setembro despencaram de 63,7% para 39,2%, segundo o CME FedWatch. Já a probabilidade de manutenção da taxa atual subiu para 60,8%.
O dado mensal veio em linha com o esperado (0,3%), mas o histórico preocupa. Já são dois meses seguidos de alta. E a revisão para cima dos números de maio reforçou o clima de cautela.
🏛️ Fed parou — e pode seguir parado
A decisão de manter os juros entre 4,25% e 4,5% foi a quinta seguida. E, ao que tudo indica, a sexta está a caminho.
Powell já havia dito que o impacto das tarifas ainda é incerto e que o Fed prefere esperar para avaliar melhor os efeitos.
Por enquanto, a instituição continua presa entre o risco de cortar cedo demais e o medo de deixar a inflação escapar de novo.
💥 Trump ataca Powell (de novo)
Nunca é só sobre juros. Trump voltou à carga contra o presidente do Fed, chamando Powell de “tarde demais, bravo demais, burro demais e político demais” para o cargo.
Na mesma postagem, o republicano atribuiu trilhões em perdas econômicas às decisões da autoridade monetária.
O pano de fundo da tensão está nas tarifas impostas por Trump, que vêm pressionando a inflação e complicando a vida do Fed. Powell, por sua vez, alertou que esse ainda pode ser só o começo da pressão inflacionária.
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