Um esquema milionário de fraude com criptomoedas, que vitimou um casal de idosos em Campo Grande (MS), voltou a chamar a atenção.
A Polícia Civil do estado investiga a participação de mais dois suspeitos em um esquema de lavagem de dinheiro, que conta com a simulação da venda de um imóvel de R$ 1,6 milhão para ocultar recursos desviados.
O caso começou em 2021, mas teve seu ápice em março de 2024, com a prisão do influencer Filippe Barreto Sims e de Jair do Lago Ferreira Júnior, acusados de desviar R$ 3,6 milhões em criptomoedas.
Segundo as investigações, Filippe, que se apresentava como especialista em tecnologia e contava com mais de 30 mil seguidores, aproximou-se do casal oferecendo assessoria em investimentos digitais.
Aproveitando-se da confiança e da falta de familiaridade das vítimas com o mercado de criptomoedas, ele e Jair obtiveram acesso às chaves privadas das carteiras digitais dos idosos. Em novembro de 2021, o casal percebeu o sumiço total dos recursos, dando início a uma apuração que se estende até hoje.
Lavagem de dinheiro e novos suspeitos
Com o avanço das investigações, a Operação Verbum Clavis mostrou que os valores roubados foram pulverizados em múltiplas contas, em manobras para dificultar o rastreamento.
Agora, a polícia identificou o envolvimento de Marco Aurélio Pereira de Sousa, que se tornou réu no processo, e de Sainara Nunes da Silva, esposa de Jair.
Marco Aurélio teria realizado transferências fraudulentas em nome das vítimas, enquanto Sainara estaria ligada a transações imobiliárias suspeitas.
Um dos pontos da trama é a venda relâmpago de um imóvel de alto valor. A propriedade, registrada em nome da empresa Seven Tec — controlada por Jair —, foi transferida no mesmo dia para Sainara e, posteriormente, para a Lins Capital Eireli, outra empresa associada ao investigado. As autoridades suspeitam que o objetivo era “esquentar” parte do dinheiro desviado, mascarando sua origem ilícita.
Ministério Público aumenta investigação
Diante das evidências, a 64ª Promotoria de Justiça de Mato Grosso do Sul solicitou a abertura de um novo inquérito para aprofundar a análise das movimentações financeiras.
“As operações em cadeia, realizadas em curto espaço de tempo, mostram uma clara tentativa de ocultação de bens”, destacou o órgão.
Enquanto isso, Filippe, Jair e Marco Aurélio já respondem na Justiça por furto qualificado e ocultação de patrimônio. Sainara, embora citada nas diligências, ainda não foi formalmente denunciada.
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