Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, foi diagnosticado com um tipo agressivo de câncer de próstata que já se espalhou para os ossos. O termo “agressivo” nesse contexto envolve três fatores: grau, estágio e perfil genético do tumor.
Grau: a aparência das células cancerígenas
O grau de um câncer indica o quão anormais são suas células comparadas às células saudáveis. No caso do câncer de próstata, esse grau é classificado por grupos que variam de 1 (menos agressivo) a 5 (mais agressivo), baseando-se na pontuação de Gleason. O câncer de Biden tem pontuação Gleason 9, pertencente ao grupo 5, o mais agressivo, com alto potencial de crescimento e disseminação.
Estágio: o quanto o câncer se espalhou
O estágio de um tumor descreve a extensão do seu avanço. Pode ser:
- Localizado (estágios 1-2): restrito à próstata.
- Localmente avançado (estágio 3): invadiu tecidos vizinhos.
- Metastático (estágio 4): espalhou-se para outras partes do corpo, como ossos, como no caso de Biden.
O estágio 4 é considerado o mais grave. Embora não haja cura nesse ponto, tratamentos podem controlar o crescimento do tumor, aliviar sintomas e manter a qualidade de vida. A terapia hormonal é comumente utilizada, pois muitos cânceres de próstata dependem de andrógenos (hormônios sexuais masculinos) para crescer.
Genética: o DNA do câncer
Testes genômicos permitem identificar mutações que tornam o câncer mais agressivo, mas também mais suscetível a tratamentos personalizados. Por exemplo, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 podem tornar o câncer mais perigoso, mas também responsivo a inibidores de PARP, um tipo de medicamento específico. Por isso, diretrizes médicas recomendam testes genéticos para todos os homens com câncer de próstata metastático.
Entendendo o termo “agressivo”
A agressividade do câncer não é determinada por um único critério. Um tumor de alto grau, mas detectado precocemente, pode ter uma taxa de sobrevida de quase 100% em cinco anos. Mas, se o mesmo tumor for descoberto já em estágio 4, a taxa de sobrevida cai para 38%.
Graças aos avanços em exames genéticos, imagens e terapias direcionadas, os médicos têm cada vez mais ferramentas para compreender melhor o comportamento de tumores agressivos e adaptar os tratamentos para melhorar os resultados dos pacientes.
Texto fonte: The Conversation
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