O primeiro ETF de Solana com staking foi lançado nos EUA e movimentou US$ 33 milhões logo no primeiro dia. Apesar de números mais modestos que os ETFs spot de Bitcoin e Ethereum, ele saiu na frente em um ponto decisivo. O diferencial? A renda gerada por staking que vai direto para o bolso do investidor.
📈 Estreia promissora e números acima do esperado
O REX-Osprey Solana + Staking ETF (SSK) fez sua estreia nesta quarta-feira (2) na Bolsa de Valores de Nova York. O fundo é o primeiro nos Estados Unidos a oferecer exposição direta ao token SOL com rendimento de staking embutido, repassado integralmente aos investidores.
No primeiro dia de negociação, o SSK registrou US$ 33 milhões em volume, com US$ 12 milhões em aportes líquidos — desempenho considerado forte para um ETF de altcoin. Analistas da Bloomberg classificaram a estreia como “saudável”, colocando o fundo entre os 1% com melhor volume em dias de lançamento.
📊 Solana x Ethereum: o que os números mostram
A comparação com os ETFs spot de Ethereum, lançados em julho de 2024, ajuda a contextualizar a estreia do SSK.
Na ocasião, os fundos baseados em ETH registraram US$ 1 bilhão em volume no primeiro dia, mas frustraram analistas que projetavam números mais próximos da estreia dos ETFs spot de Bitcoin, que haviam movimentado US$ 4,66 bilhões.
Para os especialistas James Seyffart e Eric Balchunas, da Bloomberg, a diferença entre expectativa e resultado no caso do Ethereum mostrou um interesse abaixo do estimado, mesmo com o respaldo de gestoras tradicionais e a posição do ETH como segunda cripto mais negociada do mercado.
No caso da Solana, o desempenho foi avaliado como positivo por analistas, sobretudo por se tratar de uma altcoin com menor capitalização e estrutura mais limitada.
💡 Staking: o diferencial que pode mudar o jogo
Um dos elementos que mais chamaram atenção no lançamento do SSK é a presença de staking ativo.
Trata-se do primeiro ETF nos Estados Unidos estruturado para gerar rendimentos a partir da validação de blocos na rede Solana, prática que antes era restrita a usuários diretamente conectados à blockchain.
De acordo com os documentos apresentados à SEC, 100% dos rendimentos obtidos com staking são repassados aos cotistas, sem retenção por parte da gestora.
A taxa estimada gira em torno de 7,3% ao ano, valor que aumenta o potencial de retorno em comparação aos ETFs tradicionais baseados apenas na valorização do ativo.
A estrutura foi viabilizada com apoio da Anchorage Digital, custodiante registrada que também opera como validadora na rede Solana.
O fundo cobra uma taxa de administração de 1,4% ao ano, percentual acima da média cobrada por ETFs de Bitcoin e Ethereum. Ainda assim, o impacto dessa despesa tende a ser absorvido pelo próprio rendimento gerado com staking, o que reduz sua relevância prática no retorno final para o investidor.
📉 ETF pequeno, mensagem grande para o futuro das altcoins
A estreia do SSK não alterou o panorama do mercado em volume absoluto, mas o lançamento cumpre um papel importante: testar a receptividade de produtos mais sofisticados baseados em altcoins, em um ambiente regulado e com custódia institucional.
O desempenho inicial, embora modesto se comparado aos fundos de Bitcoin e Ethereum, aponta para uma demanda real — e segmentada — por alternativas com geração de rendimento.
VanEck e Fidelity já demonstraram interesse em lançar seus próprios ETFs de Solana, aguardando sinalização da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Caso esses pedidos avancem, é provável que novos fundos tragam taxas mais competitivas e maior poder de distribuição, o que pode aumentar a presença de altcoins no portfólio de investidores tradicionais.
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