As autoridades argentinas entraram com um pedido formal para que a Interpol emita uma Red Notice contra Hayden Davis, apontado como uma das figuras por trás do colapso da memecoin LIBRA. Caso o pedido seja aceito, ele poderá ser localizado e detido em qualquer país, abrindo caminho para sua extradição dos Estados Unidos.
A solicitação foi apresentada pelo advogado argentino Gregorio Dalbón, que tem um histórico de atuação em casos de grande repercussão, juntamente com o promotor Eduardo Taiano e a juíza María Servini. O argumento é que Davis representa um alto risco de fuga devido aos seus recursos financeiros e ao fato de residir no exterior.
Além disso, investigadores da blockchain identificaram movimentações que reforçam as acusações de que insiders lucraram enquanto investidores comuns amargavam prejuízos. A Nansen, por exemplo, mostrou que carteiras associadas a Davis e a outro participante do projeto, conhecido como Kelsier, retiraram grandes quantias antes do colapso da memecoin. Além disso, foram detectadas táticas para manipulação do mercado com o uso de bots automatizados para controlar a liquidez do token.
Davis admitiu a utilização dessas estratégias, mas alegou que sua intenção era evitar uma queda brusca do preço e reinjetar liquidez quando o presidente argentino, Javier Milei, retomasse a promoção da memecoin. No entanto, esse plano fracassou.
Na Argentina, autoridades já bloquearam milhões de dólares em criptomoedas relacionados ao caso. O impacto do escândalo também se espalhou pelo mercado cripto, levando à renúncia de Ben Chow, cofundador da plataforma de finanças descentralizadas Meteora.
Se a Interpol acatar o pedido de Red Notice, Davis passará a ser oficialmente procurado em 195 países.
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