A conta oficial no X do rapper Sean “Diddy” Combs promoveu o lançamento de uma memecoin chamada “Official Diddy Meme (DIDDY)” na blockchain Solana (SOL).
A movimentação impulsionou o token a uma valorização que resultou em US$ 181 milhões em capitalização de mercado antes de despencar 79,5% em poucas horas, caindo para US$ 37 milhões.
Atualmente, Diddy enfrenta em Nova York acusações de tráfico sexual e conspiração de extorsão.
Segundo a promotoria, o artista teria coagido mulheres a participarem de eventos sexuais apelidados de “freak-offs”.
“O lançamento de um token enquanto se está sob investigação federal é uma jogada de alto risco. Isso pode ser visto como uma atitude manipuladora ou egocêntrica. Os tribunais não julgam a ótica, mas os promotores sim”, afirmou Ariel Givner, advogada especialista em criptomoedas e fundadora do Givner Law.
Givner acredita que o movimento pode impactar tanto na sentença quanto em decisões pré-julgamento, sendo interpretado como falta de remorso ou tentativa de explorar a fama para ganhos pessoais.
“Do ponto de vista legal e ético, lançar uma memecoin diante de acusações tão graves é grotesco. Isso banaliza a seriedade das denúncias e transforma a indignação pública em uma oportunidade de marketing”.
A polêmica aumentou após o artista Ye (ex-Kanye West) repostar a publicação de Diddy com um emoji de coração e a hashtag #FreeDiddy.
A ação provocou uma breve alta no preço do token, que chegou a US$ 81,5 milhões antes de cair novamente para US$ 32 milhões.
Promotor de celebridades cripto assume autoria do projeto
Sahil Arora, conhecido promotor de celebridades no universo cripto, declarou ser o responsável por idealizar o projeto.
Segundo ele, o rapper Tory Lanez o conectou com King Combs, filho de Diddy e responsável pela conta oficial do pai no X.
Arora também afirma ter contado com o apoio do empresário John Monopoly, que gerencia Ye, para viabilizar o repost.
Histórico de polêmicas com outras celebridades
Em maio de 2024, Arora ganhou notoriedade após lançar o token da ex-atleta Caitlyn Jenner, que mais tarde o acusou de desaparecer com valores transferidos.
Na época, Jenner promoveu a memecoin como sua criptomoeda oficial, em parceria com Arora.
O token rapidamente alcançou uma capitalização de mercado superior a US$ 40 milhões, mas enfrentou uma forte queda após alegações de que Arora teria vendido uma grande quantidade da memecoin.
Posteriormente, Jenner relançou o token na blockchain Ethereum (ETH), mas o projeto continuou a enfrentar desafios com uma ação coletiva movida por investidores que alegaram terem sido induzidos a comprar a memecoin com base em declarações falsas e enganosas.
Desde então, Arora tem promovido altcoins de Jason Derulo, Rich the Kid e Lil Pump, todas com um histórico semelhante: valorização repentina seguida de quedas abruptas.
Quando questionado pelo portal Decrypt sobre se o projeto DIDDY era diferente dos anteriores, Arora respondeu: “Nenhum é”.
Leia mais: Homem é condenado a 30 anos de prisão por financiar o Estado Islâmico com criptomoedas