A equipe jurídica de Heather Morgan, conhecida como “Razzlekhan”, rapper e influencer, enviou cartas de cessação e descontinuação à Netflix na última segunda-feira (27), contestando a produção do documentário “Biggest Heist Ever”.
O documentário aborda o roubo de bilhões de dólares em bitcoin (BTC), no qual Morgan está implicada por sua participação na lavagem de dinheiro dos valores roubados. Assim, a rapper deve se entregar à prisão federal em 4 de fevereiro, cumprindo uma sentença relacionada ao caso.
O que diz a defesa de Morgan
As cartas, enviadas à Netflix e à produtora do documentário, Library Films, alegam difamação e violação das leis de gravação de duas partes da Califórnia.
Além das alegações de difamação, os advogados de Morgan afirmam que a Netflix e a Library Films infringiram a privacidade dos convidados do seu casamento ao filmar a cerimônia de forma não autorizada.
De acordo com a advogada da influencer, Serena Wu, muitos convidados não tinham conhecimento de que apareceriam no documentário. Sendo assim, a defesa exige que as imagens sejam removidas imediatamente, com a produção se comprometendo a não usá-las novamente, sob pena de ações legais.
Difamações
Em outra carta, os advogados de Morgan refutam afirmações feitas nas filmagens que acusam ela e seu marido, Ilya Lichtenstein, de comprarem passaportes roubados, cartões de débito e outros documentos de identidade na dark web.
Segundo a defesa, essas alegações são infundadas e caluniosas, reforçando a ideia de que Morgan foi a mentora por trás do roubo, algo que os registros judiciais não comprovam.
Outro ponto levantado é a difamação de seu sogro, que foi erroneamente acusado de ser hacker. A defesa afirma que essa afirmação, embora não dirigida diretamente a Morgan, reforça a disposição do documentário de fazer acusações sem base factual.
As cartas também mencionam a violação da lei de consentimento de duas partes da Califórnia, destacando que a gravação da cerimônia de casamento sem a permissão explícita dos presentes é uma infração legal.
As condenações
Lichtenstein foi condenado por hackear a exchange de criptomoedas Bitfinex em 2016 e roubar 120 mil bitcoins, atualmente avaliados em US$ 12 bilhões. Em novembro, ele foi sentenciado a cinco anos de prisão. Já Morgan recebeu uma pena de 18 meses por sua colaboração na lavagem dos fundos roubados.
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