A confirmação de Caroline Crenshaw como comissária da SEC dos Estados Unidos está enfrentando resistência, colocando sua nomeação em risco. O processo estava previsto para avançar em uma audiência do Comitê Bancário do Senado na última quarta-feira (11), mas foi adiado após objeções de legisladores.
O senador Sherrod Brown, presidente do comitê, atribuiu o bloqueio a uma oposição republicana que impediu a realização da votação necessária para a confirmação de Crenshaw e Gordon Ito para o Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira. Segundo o político, a decisão é resultado de pressões de interesses corporativos contrários à nomeação.
“É por isso que as pessoas odeiam Washington. Uma campanha de difamação liderada por interesses corporativos está dificultando a nomeação de uma servidora pública comprometida e qualificada”.
Indústria cripto contra Crenshaw
A oposição à renomação de Crenshaw está ligada à sua postura crítica em relação ao mercado de criptomoedas. Para exemplificar, a democrata se posicionou contra a aprovação de ETFs spot de Bitcoin, citando preocupações com fraudes e manipulações de mercado.
Cody Carbone, presidente da The Digital Chamber, criticou a abordagem de Crenshaw em uma carta enviada aos líderes do Comitê Bancário. Ele argumentou que a comissária utilizou dados desatualizados e interpretações equivocadas sobre o mercado de Bitcoin, desconsiderando avanços em estrutura e supervisão do meio cripto.
“A SEC precisa de lideranças livres de preconceitos contra ativos digitais”.
Carbone afirmou que a postura da comissária poderia dificultar o desenvolvimento de um arcabouço regulatório favorável à inovação.
Mudanças no cenário político
A composição da SEC também pode passar por alterações. Caso confirmada, Crenshaw será a única democrata no órgão, pois o atual comissário Jaime Lizárraga anunciou planos de deixar o cargo em janeiro.
A saída de Lizárraga abrirá espaço para que o governo nomeie um novo integrante, que, por estatuto, não pode ser republicano, pois o partido já terá maioria no órgão.
A liderança do Comitê Bancário do Senado também deve mudar.
Após a derrota de Sherrod Brown em Ohio para o candidato pró-cripto Bernie Moreno, o republicano Tim Scott é visto como possível sucessor na presidência do comitê.
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