Nova lei pode excluir cônjuge e filhos da herança no Brasil

Nova lei pode excluir cônjuge e filhos da herança no Brasil
Imagem destaque: Pexels/Pixabay

O Senado brasileiro discute mudanças nas regras de herança no país. Entre os pontos polêmicos estão a possibilidade de excluir o cônjuge da sucessão, deserdar filhos por abandono e destinar parte da herança apenas a herdeiros vulneráveis.

As alterações fazem parte do projeto de reforma do Código Civil, proposto pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com apoio de juristas e parlamentares. 

👪 Cônjuge pode não herdar nada

Pela proposta, o cônjuge só terá direito à herança se for incluído explicitamente em testamento. Ou seja, o simples fato de ser casado não garantiria mais a participação na divisão dos bens.

Hoje, o cônjuge é considerado herdeiro necessário, ao lado de filhos, netos e pais. Ou seja, ele sempre tem direito a uma parte da herança, mesmo que o falecido não queira. Com a nova regra, essa garantia desaparece se não houver testamento.

🚫 Filhos e pais podem ser deserdados

Outro ponto em destaque é a proposta que acrescenta novos motivos para excluir herdeiros. Hoje, a lei só permite a deserdação em casos graves, como tentativa de homicídio ou injúria contra o autor da herança.

Com a proposta, filhos, pais ou cônjuges que tenham praticado abandono, negligência, abuso psicológico ou desrespeito grave também poderão ser excluídos da sucessão. 

A medida busca reconhecer vínculos afetivos e punir relações marcadas por violência ou ausência de cuidado. 

🧒 Herdeiros vulneráveis terão proteção especial

O texto em análise permite que até 25% da herança seja destinada exclusivamente a herdeiros vulneráveis, como pessoas com deficiência, idosos sem autonomia ou dependentes com necessidades especiais.

Esse percentual poderá ser separado mesmo se existirem outros herdeiros. A proposta cria uma exceção à regra tradicional da partilha igualitária e pode beneficiar famílias que cuidam de dependentes em tempo integral.

💻 Bens digitais entram na herança

O projeto também reconhece que a herança não se resume a imóveis, dinheiro ou veículos. Contas em redes sociais, criptomoedas, arquivos em nuvem e outros bens digitais passam a ser oficialmente considerados patrimônio transmissível.

Com isso, quem possui criptos, sites, obras digitais ou contas monetizadas deve adicionar esses itens no planejamento sucessório. 

📊 Testamento será ainda mais necessário

A combinação de novas regras e exceções torna o testamento uma ferramenta importante no planejamento sucessório. Dados do Colégio Notarial do Brasil mostram que, entre 2007 e 2024, foram lavrados apenas 527 mil testamentos no país. Um número considerado baixo, frente à complexidade das famílias modernas.

A proposta reforça a ideia de que só quem registra suas vontades com clareza poderá garantir que elas sejam respeitadas. E isso vale para qualquer pessoa, com ou sem grandes patrimônios.

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