O bitcoin (BTC) começa novembro de 2025 tentando se segurar acima dos US$ 107 mil, após semanas de oscilação entre pressão institucional e a insegurança do mercado institucional invadindo o universo cripto. O sentimento piorou, os ETFs voltaram a registrar saídas e os investidores parecem mais cautelosos do que confiantes.
Historicamente, novembro costuma ser um mês de extremos para o BTC. Em 2020, 2023 e 2024, o preço subiu com força, embalado por ciclos de recuperação, liquidez global e até fatores políticos, como a eleição de Trump. Mas em 2021 e 2022, o mesmo mês marcou topos de ciclo, escândalos e liquidações em cascata.
Agora, com os gráficos mostrando compressão, o dólar reagindo às tensões políticas e algumas decisões importantes no radar, o mercado entra em uma fase em que qualquer novidade pode mudar tudo.
📉 Fear & Greed, ETF e sinal de tensão no mercado
O sentimento do mercado entrou em novembro no modo defensivo. O índice Fear & Greed caiu para 36. Além disso, a última grande movimentação aconteceu no fim de outubro, quando os ETFs registraram saída de quase US$ 300 milhões em um único dia, mostrando que o capital institucional começou a reduzir exposição. Esse conjunto de fatores pode estar deixando o mercado carregado demais para o lado da queda.
Mas o que dizem os gráficos?
O BTC está preso entre US$ 105 mil e US$ 110 mil. O volume segue baixo, mas a estrutura de alta continua de pé no gráfico semanal, o que pode ser indicativo que ainda não houve perda da tendência.
Se o preço romper os US$ 110 mil com força, o movimento pode ser rápido. Com o mercado carregado de posições vendidas, um short squeeze não está fora do radar, o que pode empurrar o BTC para a faixa dos US$ 115 mil. Por outro lado, se perder a base de US$ 105 mil, o caminho mais provável é uma correção para US$ 98 a US$ 100 mil, onde há suporte técnico mais visível.
🕯️ Candle mensal pode virar armadilha técnica
O candle mensal de novembro ainda se mantém no positivo, mas a força do movimento é limitada. Se o preço continuar falhando em romper os US$ 110 mil com consistência, existe o risco de o mês fechar com uma rejeição visível nessa região, desenhando um padrão clássico de exaustão.
Essa formação, caso se confirme, costuma ser lida por players institucionais como sinal de topo técnico. O resultado pode ser uma realização mais forte em dezembro, com o mercado reagindo à perda de força logo abaixo de uma resistência histórica.
🪙 Altcoins podem cair mesmo com o BTC subindo
A dominância do bitcoin continua subindo e já passa de 59 por cento, o que mostra que boa parte do capital do mercado está migrando das altcoins para o BTC. Esse tipo de movimento costuma ocorrer em momentos de incerteza ou quando o mercado busca segurança em ativos mais líquidos.
Se a criptomoeda primária romper os US$ 110 mil com força, o efeito pode ser ainda mais concentrado. Investidores tendem a abandonar posições em altcoins para não perder a onda principal, o que pressiona esses ativos mesmo em um cenário de alta geral. A chamada altseason pode acabar adiada, mesmo com o mercado cripto indo bem no agregado.
⚖️ Decisão da Suprema Corte: fique de olho
Um dos eventos mais sensíveis do início de novembro é o julgamento da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre o uso de poderes emergenciais por presidentes para impor tarifas comerciais. A decisão, do dia 5, pode não ter ligação direta com criptomoedas, mas influencia o apetite por risco no mercado global.
Se o tribunal limitar esse tipo de manobra, o resultado tende a beneficiar ações de tecnologia e criptomoedas. Já se validar o uso das tarifas via decreto, o dólar pode se fortalecer, o que costuma pressionar o BTC no curto prazo.
Nesse cenário, o comportamento do dólar e dos juros dos Treasuries vira um sinal do humor do mercado. Um dólar mais fraco, principalmente se vier acompanhado de uma leitura mais controlada da inflação no CPI, pode abrir caminho para uma retomada mais firme da cripto número um. Já uma combinação de dólar forte com juros longos em alta tende a afastar o capital dos ativos de risco.
🗓️ Agenda de novembro: os dias mais importantes
- 5/nov: Decisão da Suprema Corte (pode trazer volatilidade imediata)
- 13/nov: CPI dos EUA (inflação)
- 20/nov: Ata do FOMC
- 28/nov: Thanksgiving (liquidez reduzida)
🧭 Três cenários possíveis para novembro
- Alta: se o preço romper os US$ 110 mil e tiver volume para sustentar o movimento, o caminho até US$ 115 ou até US$ 120 mil fica aberto. Esse é o cenário mais otimista, mas depende de melhora no fluxo institucional e dados macro mais favoráveis.
- Queda: no outro extremo, se o suporte de US$ 105 mil for perdido e os próximos eventos macro reforçarem o clima de aversão a risco, o BTC pode testar os US$ 100 mil ou até buscar a região dos US$ 95 mil.
- Lateralização: já em um cenário mais neutro, o mercado pode simplesmente travar entre US$ 100 e US$ 110 mil por boa parte do mês, esperando definições sobre inflação, juros e geopolítica antes de escolher um lado.
Considerando os dados disponíveis até o dia 3 de novembro, o cenário mais provável no momento parece ser o de lateralização. O sentimento ainda é de cautela, o fluxo institucional está pressionado e os traders seguem reagindo mais a rumores do que a fundamentos.
Mas como ainda estamos no início do mês, qualquer nova informação pode mudar completamente o rumo do mercado. Assim, essa leitura não deve ser interpretada como dica de investimento, mas como um retrato do cenário atual com base nas informações disponíveis até agora.
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