A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, sugeriu a inclusão do Bitcoin nas reservas nacionais da Venezuela, com o intuito de estabilizar a economia e enfrentar a hiperinflação.
Em uma entrevista, Machado destacou que muitos venezuelanos têm utilizado a criptomoeda como um meio de proteção financeira diante da desvalorização da moeda local.
A política afirmou que o BTC evoluiu de uma ferramenta para preservar a riqueza pessoal para um símbolo de resistência.
Essa proposta é viável?
Os especialistas do setor cripto, Javier Bastardo, embaixador do Bitcoin na Bitfinex, e Cristóbal García, da Maker Growth, têm opiniões divididas sobre a viabilidade da proposta.
Bastardo considera a declaração de Machado legítima, mas sugere que pode ter sido influenciada pelo destaque do Bitcoin em outros contextos políticos, como nas eleições dos Estados Unidos em 2024.
Enquanto isso, García vê a proposta como uma estratégia política que, embora interessante, carece de um suporte técnico robusto. Ele acredita que, no momento, a Venezuela não conta com uma equipe especializada em criptoativos capaz de implementar uma política como essa de maneira eficaz.
Para Ernesto Contreras, fundador da Unalivio, o Bitcoin poderia modernizar as reservas do país e oferecer uma solução para a dependência do sistema financeiro internacional. A criptomoeda, segundo ele, proporciona liberdade por não ser controlada por governos ou instituições bancárias, ao contrário do dinheiro fiduciário.
Já a comunidade cripto venezuelana concorda que a estabilidade política é um pré-requisito essencial para o sucesso de qualquer iniciativa relacionada ao Bitcoin.
Ezio Rojas, embaixador-chefe da Polkadot, destacou que o uso do BTC nas reservas nacionais poderia ajudar a proteger os ativos venezuelanos de disputas políticas, mas a turbulência interna pode minar qualquer progresso.
Um dos principais atrativos do Bitcoin, na visão de Rojas, é a transparência que ele pode trazer à gestão de recursos públicos.
O uso de uma carteira pública, como no caso de El Salvador, poderia permitir um nível de controle e supervisão em tempo real, algo de que a Venezuela, em meio à sua crise de confiança institucional, poderia se beneficiar.
Fonte: Exame
