Optimism realiza Hard Fork: saiba o que muda com a atualização Holocene

Optimism realiza Hard Fork: saiba o que muda com a atualização Holocene
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Ontem, (09), às 18h, a Blockchain Optimism realizou a atualização Holocene, um Hard Fork que busca trazer mudanças técnicas importantes para a performance da rede. Outros forks semelhantes também estão programados para acontecer em mais duas redes durante esta semana.

O termo “Fork” refere-se a uma alteração relevante no protocolo de uma blockchain, e para que ela aconteça, é necessário haver um consenso entre os delegados — membros votantes — de que a atualização é necessária e significativa.

Um Fork em blockchain pode ser comparado à atualização de um sistema operacional, como os que acontecem em sistemas tradicionais como Android, Windows ou iOS, alterando como ele funciona ou como os dispositivos interagem com ele. Por exemplo, no sistema operacional de um celular ou computador, quando uma nova versão é lançada com novos recursos ou ajustes, ela pode mudar o comportamento do sistema, assim como um fork altera o protocolo de uma blockchain. Em algumas situações, essa mudança pode ser compatível com a versão anterior; em outras, os usuários são obrigados a adotar a nova versão e descartar a antiga.

Um fork pode ser classificado em dois tipos principais:
  • Soft fork: uma atualização retrocompatível, onde apenas alguns ajustes são feitos no sistema.
  • Hard fork: atualização que resulta em mudanças incompatíveis com versões anteriores, podendo até criar uma nova blockchain paralela.

Essas mudanças geralmente são realizadas para introduzir melhorias, corrigir problemas de segurança ou ajustar o funcionamento do sistema, como taxas de transação, escalabilidade e governança.

imagem1: Sistema de aprovação dos Forks da Optimism.

Danilo Matos, especialista da NovaDAX, explica as mudanças técnicas e benefícios da atualização Holocene:

“A Proposta de Atualização nº 11, chamada de Holocene, apresenta mudanças técnicas importantes na rede Optimism, mudanças essas que visam melhorar a derivação de blocos, tornando o pipeline mais rigoroso e simples, além de desbloquear novas possibilidades para Provas de Falhas e Interoperabilidade”, explica Danilo.

O Fork da Optimism também introduz a configurabilidade do EIP-1559, proposta que altera o cálculo das taxas de transação na Ethereum, tornando-as mais previsíveis e introduzindo a queima de uma parte das taxas. Isso permite que operadores ajustem metas de gás de maneira mais direta, sem a necessidade de soluções alternativas, gerando mais flexibilidade, gestão de recursos e segurança na gestão dos parâmetros da rede.

“Outros benefícios que virão com o Fork incluem melhorias em contratos, como o MIPS (Minimal Incentive Protocol System), que garante que os participantes da blockchain sigam as regras, oferecendo incentivos mínimos para isso, e o Fault Dispute Game, mecanismo que resolve disputas em caso de falhas dentro de uma rede blockchain. Além disso, há atualizações no System Config para suportar novas funcionalidades”, completa Danilo.

Essa atualização é considerada um Hard Fork, pois introduz mudanças no protocolo que não são compatíveis com versões anteriores, exigindo que todos os participantes atualizem seus softwares para continuar operando na rede.

O que fazer para se preparar para o Fork?

Os usuários das blockchains que passarão por forks essa semana devem ficar atentos às mudanças para garantir que suas carteiras, exchanges e DApps — aplicativos descentralizados — estejam atualizados e compatíveis com as novas regras.

“Certifique-se de que as plataformas que você utiliza estão preparadas para o fork. Busque se informar, vá atrás dos cronogramas e orientações das próprias plataformas”, aconselha Danilo.

Já os investidores podem observar flutuações nos preços das criptomoedas associadas a essas redes, já que mudanças estruturais muitas vezes geram volatilidade no mercado. Após seu primeiro Hard Fork, Bedrock, as transações de rede Optimism aumentaram 67%, segundo a empresa de análise de blockchain Nansen.

“A rede vinha vendo menos de 300.000 transações por dia antes da atualização, mas esse número aumentou para mais de 550.000 em meados de junho de 2023. Caso necessário, atualize suas carteiras para garantir a compatibilidade com o novo protocolo. Além disso, esteja preparado para possíveis interrupções temporárias nas redes durante o período de transição, o que pode impactar transações e acessos”, orienta Danilo.

Processo de governança e segurança

Danilo Matos também destaca que toda atualização na rede Optimism é cuidadosamente estruturada para garantir segurança e estabilidade.

“Ele começa na Devnet (rede de desenvolvimento), onde os desenvolvedores testam a atualização em um ambiente fechado. Após a fase de aviso, o novo software é ativado e passa por testes intensivos, conhecidos como baking. Se a atualização funcionar corretamente, ela segue para a Testnet (rede de testes), um ambiente público que simula condições reais. Na testnet, os operadores de nós atualizam o software, e a atualização é novamente ativada e testada extensivamente para verificar sua estabilidade.”

“E é só com sua chegada à rede principal (mainnet) que a atualização passa por um processo de governança antes de ser realmente implementada. As propostas são analisadas pelo sistema do Optimism Collective, que inclui um período de revisão, votação e a possibilidade de veto pela Casa dos Cidadãos, caso algo crítico seja identificado. Após a aprovação, a versão final é liberada, e os operadores de nós recebem um aviso para atualizar seus sistemas antes da ativação oficial”, finaliza Danilo.

Na época de seu primeiro Hard Fork, o intuito era reduzir os tempos de depósito e as taxas, além de aumentar a segurança da rede. O resultado foi uma queda de US$80.000 para US$50.000 nas taxas diárias. Espera-se que, com o Hard Fork atual, haja um aumento na escalabilidade e maior flexibilidade na gestão dos recursos.

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