Os EUA podem realmente vender ouro para adquirir bitcoin?

Os EUA podem realmente vender ouro para adquirir bitcoin?
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Os planos do governo dos Estados Unidos (EUA) para criar uma Reserva Estratégica de Bitcoin (SBR) estão ganhando forma com propostas que pedem a venda de ouro como uma forma de adquirir a criptomoeda.

A iniciativa, anunciada pelo presidente dos EUA Donald Trump, colocou David Sacks à frente da missão, com o apoio de Bo Hines, diretor executivo do Conselho de Assessores Presidenciais.

Hines apontou que a venda de parte das reservas de ouro do país poderia ser uma maneira eficiente e financeiramente neutra de garantir a aquisição de bitcoin.

A autorização do Congresso como caminho principal

Para concretizar a ideia, o governo estadunidense possui pelo menos três caminhos legais. O mais direto envolveria a autorização do Congresso, pois qualquer grande movimentação financeira que envolva recursos públicos exige aprovação legislativa.

Nesse sentido, um projeto em andamento, o Bitcoin Act de 2025, apresentado pela senadora Cynthia Lummis, prevê a aquisição de um milhão de BTC por meio da venda de ouro.

O uso do Fundo de Estabilização de Câmbio como alternativa

Caso o Congresso não aprove a medida, o governo poderia recorrer a alternativas. Uma possibilidade seria o uso do Fundo de Estabilização de Câmbio, criado em 1934 pelo Ato de Reserva de Ouro.

Esse fundo concede ao secretário do Tesouro poderes para atuar em mercados de câmbio e negociar ouro, moedas estrangeiras e até mesmo instrumentos de crédito.

Sob essa interpretação, a venda de ouro em troca da criptomoeda primária poderia ser justificada como uma operação financeira para estabilizar o dólar ou obter exposição ao BTC por meio de contratos futuros ou títulos denominados em bitcoin.

Reavaliação contábil das reservas de ouro

Outra estratégia que pode ser tomada é a reavaliação contábil das reservas de ouro do país. Atualmente, as 8 mil toneladas de ouro mantidas pelo Tesouro são avaliadas com base em um preço fixado em 1973, de US$ 42 por onça.

Ajustar esse valor para a cotação atual de US$ 3 mil poderia gerar um ganho contábil superior a US$ 700 bilhões, que seria direcionado para a compra de bitcoin sem a necessidade de uma venda física do metal.

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