O criptógrafo canadense Peter Todd decidiu se afastar do público após o lançamento do documentário Money Electric: The Bitcoin Mystery, que o aponta como o suposto criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
Dirigido por Cullen Hoback, o documentário examina várias figuras candidatas ao título de criador do Bitcoin, focando no próprio Todd. Em uma das cenas finais, ele afirma:
“Bem, sim, eu sou Satoshi Nakamoto”.
No entanto, após a exibição, ele esclareceu que suas palavras foram tiradas de contexto e que se tratava de uma brincadeira. Todd tem negado repetidamente ser o criador do Bitcoin, classificando as alegações como falsas e potencialmente perigosas.
O medo de roubo e sequestro
Em entrevista à Wired, o criptógrafo disse estar preocupado com sua segurança pessoal após a divulgação do documentário. Ele argumentou que a decisão de Nakamoto de permanecer anônimo foi deliberada e sensata, pedindo que as pessoas evitem tentar revelar a identidade do rosto por trás do BTC.
Segundo Todd, a má interpretação da identidade do criador pode levar a ameaças de roubo e sequestro. Além disso, o canadense afirmou que concordou em participar do documentário acreditando que ele abordaria a história do Bitcoin, e não tentaria identificar seu criador.
Embora Hoback tenha usado trechos em que Todd se refere a si mesmo como Satoshi como parte de sua argumentação, ele comparou essa cena à sequência do filme Espartaco, onde guerreiros capturados reivindicam ser o líder para proteger a identidade do verdadeiro comandante. Para Todd, suas declarações não eram mais do que uma referência descontraída a um sentimento comum entre muitos na comunidade do Bitcoin.
Por outro lado, Hoback defendeu a narrativa do filme, argumentando que descobrir a identidade de Nakamoto é importante, dado o controle que esse indivíduo exerce sobre uma grande parte do suprimento total de BTC.
“Essa pessoa controla um vigésimo de todo o ouro digital existente. É essencial saber quem é”.