Uma funcionária pública foi presa na tarde da última terça-feira (24) após aplicar golpes utilizando falsos comprovantes de Pix em um salão de beleza de luxo localizado no Jardim dos Estados, em Campo Grande.
Raquel Valasques Portugal, de 33 anos, é acusada de editar comprovantes de transferência para enganar diversos estabelecimentos, acumulando uma dívida de R$ 40 mil apenas em um salão.
De acordo com a gerente do estabelecimento, que preferiu não ter a identidade revelada, Raquel frequentava o local desde janeiro, realizando procedimentos de beleza ao menos duas vezes por semana. Inicialmente, os pagamentos eram feitos corretamente.
“Ela pagou nas primeiras vezes, provavelmente para ganhar nossa confiança e, depois, começar a falsificar os comprovantes”, relatou a gerente.
A descoberta
O golpe foi descoberto no último fim de semana, após outros estabelecimentos de beleza na região se unirem para trocar informações sobre clientes suspeitas. Através dessa rede de contatos, o salão percebeu que Raquel não estava sozinha em suas práticas fraudulentas.
“Ela frequenta clínicas de estética e salões de alto padrão, e nunca aparentou qualquer problema financeiro”, completou a gerente.
Após uma análise detalhada dos pagamentos, o salão constatou que, em aproximadamente 80 ocasiões, o valor devido não foi efetivamente transferido para a conta do estabelecimento, mesmo com a apresentação de comprovantes aparentemente legítimos.
“Com o fluxo grande de clientes, acabamos confiando nos comprovantes que ela enviava sem verificar imediatamente a confirmação bancária”, explicou a gerente.
Mais golpes?
Além do golpe no salão, Raquel é alvo de outras denúncias. Duas profissionais de saúde que trabalham com harmonização facial também registraram boletins de ocorrência contra ela.
Em um dos casos, uma dentista foi lesada em R$ 7 mil em procedimentos de botox e preenchimentos realizados em agosto deste ano. Em outro, uma fisioterapeuta informou que Raquel realizou procedimentos estéticos no valor de R$ 13.550, envolvendo sessões com um aparelho conhecido como ultraformer no início de setembro.
A casa caiu
Na terça-feira, Raquel tentou repetir o golpe no salão, após consumir R$ 700 em serviços e apresentar um comprovante de pagamento falso via Pix. Alertados pela situação anterior, os funcionários identificaram a fraude e acionaram a Polícia Civil, que prendeu Raquel em flagrante. Ela foi levada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no Cepol, onde permanece à disposição da Justiça.
Segundo o Portal da Transparência do Estado, Raquel recebe um salário de R$ 5.976,75 como funcionária pública.
