A plataforma Time.fun, que tokeniza o tempo de influenciadores, foi lançada na blockchain Solana (SOL) após um teste bem-sucedido na Layer 2 Base no ano passado.
O projeto permite que usuários comprem minutos de seus criadores favoritos e os utilizem para interações diretas, como mensagens ou chamadas.
Esses minutos são negociáveis, permitindo que o mercado determine o valor da comunicação com cada pessoa.
Diferente da FriendTech, que prioriza interações em grupo, a Time.fun foca em conversas individuais.
O fundador da plataforma, Kawz, acredita que a tokenização do tempo pode ir além do simples contato com influenciadores, tornando-se um ativo valorizado conforme a relevância da pessoa cresce.
“Se alguém está no início da carreira, você pode adquirir seu tempo. Se essa pessoa se tornar bem-sucedida, o valor do tempo dela aumentará naturalmente, pois mais gente desejará entrar em contato para receber conselhos”.
A proposta da Time.fun é tornar o tempo tokenizado compatível com outras plataformas que possam ser construídas sobre sua base. Como exemplo, Kawz destacou a possibilidade de uma plataforma de recrutamento onde usuários poderiam contratar profissionais e, ao mesmo tempo, abrir uma posição vendida sobre eles, funcionando como uma espécie de hedge.
Expansão e planos futuros
A plataforma ainda está em fase inicial, e um dos objetivos de longo prazo é consolidar o conceito de tempo como uma nova classe de ativos.
Segundo Kawz, a criação de um token próprio está nos planos, mas a prioridade atual é encontrar um ajuste sólido ao mercado.
O empresário destaca que um token poderia integrar diversos serviços da plataforma e gerar maior sinergia entre as aplicações futuras.
No momento do lançamento, qualquer usuário poderá comprar e vender minutos, mas apenas um grupo selecionado poderá criar mercados de tempo para facilitar o gerenciamento da demanda inicial.
O acesso será liberado gradualmente por meio de códigos distribuídos pela equipe, com a meta de tornar a plataforma completamente aberta posteriormente.
A negociação dos tokens seguirá um modelo de curva de ligação, semelhante ao utilizado por exchanges descentralizadas, com uma taxa de transação de 2%. Esse valor será dividido entre a equipe, o criador do conteúdo, o indicante e um fundo de recompensas destinado a usuários ativos. Quando um token atingir um nível significativo de liquidez, ele será listado na exchange descentralizada Raydium.
Os influenciadores também poderão leiloar experiências específicas, como chamadas de vídeo de 30 minutos ou encontros presenciais. Esses leilões serão realizados em minutos tokenizados, permitindo que quem detém mais unidades tenha prioridade na disputa.
Mudança para a Solana e melhorias na experiência do usuário
O projeto estreou originalmente na Base e movimentou US$ 2 milhões em volume de negociações.
No entanto, desde o início, a intenção era operar na Solana. Kawz aponta que a familiaridade com o ecossistema Ethereum o levou a lançar primeiro na Base, mas percebeu que a transição para a rede da SOL deveria ocorrer antes que a plataforma crescesse ainda mais.
Uma das principais limitações da versão beta era a realização de chamadas fora do ambiente da plataforma, o que dificultava o monitoramento das interações. Com a nova versão, todas as comunicações ocorrerão dentro da Time.fun. Caso os minutos não sejam utilizados, o comprador poderá solicitar um reembolso.
No lançamento, a plataforma suportará mensagens diretas e chats em grupo, com chamadas de voz e vídeo programadas para as próximas semanas. A segurança das transações será garantida por contratos inteligentes que mantêm os minutos em custódia até que a interação seja concluída. Além disso, os usuários poderão avaliar os influenciadores com base na frequência de respostas e na qualidade das interações.
Caso um influenciador não interaja com os compradores, sua taxa de resposta será impactada. Ignorar chamadas não afetará a métrica, mas a negligência constante pode levar à remoção da plataforma, embora ainda não haja uma definição exata de como lidar com casos extremos de inatividade.
Leia mais: Quem é Park Jin? O cérebro norte-coreano acusado de hackear a Bybit