Popularidade dos jogos de azar cresce entre gamers brasileiros, aponta estudo

Popularidade dos jogos de azar cresce entre gamers brasileiros, aponta estudo
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De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) 2025, 82,8% da população brasileira joga videogames. Porém, um dos aspectos mais surpreendentes do estudo foi o aumento da popularidade dos jogos de aposta, como o famoso “Jogo do Tigrinho”.

Os números mostram que 38,2% dos entrevistados afirmaram jogar títulos de sorte e apostas. De acordo com Guilherme Camargo, CEO do SX Group e coordenador da pós-graduação da ESPM, esses jogos chamam a atenção por diferentes razões.

“Os cassinos online e plataformas de apostas conquistam um público fiel, disposto a investir dinheiro por motivações financeiras, emocionais e sociais”, explicou.

Investimento em jogos de aposta

A pesquisa destacou que a grande maioria dos jogadores desse segmento aposta dinheiro real: 89,9% dos participantes disseram fazer investimentos nesses jogos. Entre eles, 34,6% gastam mensalmente entre R$ 51 e R$ 200, enquanto 8,6% ultrapassam os R$ 500 por mês. Além disso, 39% afirmaram jogar pelo menos uma vez por semana, e 14,2% disseram se envolver com esse tipo de jogo quatro ou mais vezes no mesmo período.

Apesar do crescimento do setor de apostas, especialistas apontam que esses jogos não podem ser comparados aos games tradicionais. Carlos Silva, CEO da Go Gamers, destaca essa diferença.

“Enquanto jogos digitais oferecem narrativas envolventes, personagens e mecânicas elaboradas, os jogos de aposta existem exclusivamente para que o jogador invista dinheiro esperando um retorno financeiro”.

Expansão do público gamer no Brasil

O crescimento dos jogos de azar ocorre paralelamente ao aumento geral do público gamer no Brasil. Um dos dados da PGB 2025 é que as classes D e E registraram um aumento de 20,3% na participação no mercado de games, impulsionadas pela maior acessibilidade a dispositivos eletrônicos e pela melhora do poder aquisitivo.

Outro ponto interessante é que 88,8% dos entrevistados enxergam os jogos digitais como uma das principais formas de entretenimento. Além disso, 80,1% afirmam que os games são a atividade de lazer preferida no dia a dia.

A pesquisa também mostrou transformações no perfil dos gamers no país. O público feminino, por exemplo, cresceu 2,3% em relação ao ano passado, chegando a 53,2% da base de jogadores. Já os Millennials (pessoas entre 30 e 44 anos) continuam sendo a maior parcela do público, representando 49,4% da amostra analisada.

Preferência por plataformas de jogo

Os smartphones ainda lideram como os dispositivos mais utilizados para jogar, mas perderam espaço, caindo 8 pontos percentuais em relação a 2024 e ficando com 40,8% da preferência. Por outro lado, consoles e PCs ganharam mais adeptos: os videogames de mesa agora são escolhidos por 24,7% dos jogadores (+3 pontos percentuais), enquanto os computadores cresceram para 20,3% (+5,5 pontos percentuais).

A pesquisa ainda mostra uma correlação entre classe social e escolha de plataforma. Enquanto celulares são mais populares entre pessoas de menor poder aquisitivo, os consoles predominam entre as classes A e B1. O PC, por sua vez, aparece como uma opção intermediária, sendo utilizado tanto por gamers da classe média quanto por aqueles com maior renda.

O estudo também trouxe insights sobre como crianças e adolescentes estão consumindo videogames. A Geração Alpha (de 0 a 14 anos) já demonstra hábitos distintos das gerações anteriores, com 38,3% dos pequenos jogadores preferindo consoles em vez de celulares.

Mauro Berimbau, consultor da Go Gamers e professor da ESPM, acredita que essa tendência reflete a influência dos pais no consumo infantil de games. “A maioria dos pais já joga com seus filhos, o que contribui para consolidar a cultura gamer dentro das famílias”, afirmou.

Entre os jovens da Geração Z, a pesquisa revelou um alto nível de engajamento com o universo dos games. Cerca de 29,1% jogam todos os dias no smartphone, enquanto 62,5% escolhem equipamentos de alto desempenho na hora de comprar novos dispositivos. A plataforma mais popular entre eles continua sendo o celular (35%), seguido por PCs (25,3%) e consoles (24,5%).

Fonte: TecMundo

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