Por que o Bitcoin tem um limite de 21 milhões de moedas

Por que o Bitcoin tem um limite de 21 milhões de moedas
Imagem destaque: Pexels/Photo By: Kaboompics.com

Você já parou pra se perguntar por que o Bitcoin (BTC) tem esse número estranho de 21 milhões como limite? Não 10 milhões, nem 100. Vinte e um. Parece aleatório, mas existe uma lógica por trás. Uma mistura de matemática, decisão calculada e um recado silencioso para o sistema tradicional.

Vamos conversar sobre isso.

🤔 Não dá pra imprimir Bitcoin igual dinheiro?

Exato. Diferente do real ou do dólar, que os governos podem imprimir sempre que quiserem, o Bitcoin nasce com uma trava. Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do protocolo, decidiu que haveria um teto. E esse teto seria 21 milhões de moedas. Nem uma a mais.

Mas por quê? Porque ele queria criar uma forma de dinheiro digital que fosse previsível e resistente à inflação. Algo que não pudesse ser manipulado por políticos ou bancos. Uma alternativa para que qualquer pessoa pudesse enviar e receber valores direto, sem depender de intermediários.

Com o tempo, por causa dessa escassez, muita gente começou a enxergar o Bitcoin como uma espécie de ouro digital. 

📉 A recompensa vai diminuindo com o tempo

Quem ajuda a manter a rede do Bitcoin funcionando recebe uma recompensa. É assim desde o começo. Só que essa recompensa não é fixa. De tempos em tempos, ela cai pela metade. Isso acontece a cada 210 mil blocos minerados, o que costuma levar mais ou menos quatro anos. 

Esse corte ficou conhecido como halving. Já aconteceu em 2012, depois em 2016, em 2020 e mais recentemente em 2024. A cada nova fase, menos bitcoins são criados. E com o tempo, conseguir um novo se torna cada vez mais raro.

No começo, o minerador ganhava 50 bitcoins por bloco. Hoje, são 3,125. Em 2028 vai cair pra 1,5625. E assim vai até chegar perto de zero lá no ano de 2140. Quando esse dia chegar, todos os 21 milhões de bitcoins terão sido emitidos.

Sabe o que isso quer dizer? Que quanto mais o tempo passa, mais difícil fica conseguir Bitcoin novo. E quanto mais difícil, mais raro ele se torna. E aí já dá para imaginar o resto da história.

💸 Se a moeda é escassa, o valor tende a subir

Esse limite programado é uma das razões pelas quais o Bitcoin atrai tanta atenção. É como um quadro de artista que morreu. Não vai surgir outro igual. Quanto mais gente quiser, maior a pressão sobre o preço.

E tem mais. Muita gente compra e guarda. Ou seja, tira de circulação. Assim, menos oferta no mercado. Qualquer aumento na demanda pode causar uma alta. Foi isso que já vimos em outros ciclos e pode acontecer de novo.

🛠 E quando ninguém mais receber Bitcoin novo?

Essa pergunta é ótima. Muita gente pensa que a rede vai parar quando bater os 21 milhões. Mas não. Ela continua viva. Os mineradores, que hoje ganham uma mistura de recompensa e taxa, vão ficar apenas com as taxas de transação. E vão seguir protegendo a rede como sempre.

Claro que isso pode mudar algumas dinâmicas. Mas até lá, outras soluções como o uso da Lightning Network devem ter avançado bastante. E o BTC já vai estar consolidado como reserva de valor ou base de liquidação global.

🔢 Por que exatamente 21 milhões?

Não existe registro de Satoshi Nakamoto dizendo “escolhi 21 milhões por este motivo”. O que se sabe é que esse limite surge de uma conta simples dentro das regras que ele definiu.

O tempo médio para minerar um bloco foi fixado em 10 minutos. Ou seja, 6 blocos por hora, 144 blocos por dia e pouco mais de 52 mil blocos por ano. No início, cada bloco pagava 50 bitcoins de recompensa. Multiplicando, chegamos a 2,6 milhões de moedas emitidas por ano nos primeiros anos da rede.

Como a recompensa cai pela metade a cada 210 mil blocos, essa emissão desacelera com o tempo e, somando tudo, o resultado converge para o teto de 21 milhões de bitcoins. Não é um número místico, mas consequência do arranjo matemático que Satoshi escolheu.

O limite de 21 milhões não é só um número. Mostra que o Bitcoin nasceu pra ser diferente. Para ser previsível. Para ser confiável. E para escapar do jogo da inflação que corrói o poder de compra de tanta gente no mundo.

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