O Ethereum (ETH) tem enfrentado um momento complicado em 2025. O preço do ETH caiu para níveis que não eram vistos desde 2020, demonstrando um desempenho fraco frente ao bitcoin (BTC) e demais criptomoedas de grande capitalização.
Atividade da rede em baixa
Ao comentar esse momento da principal altcoin do mercado, a CryptoQuant apontou para a baixa atividade na rede como um dos principais fatores por trás da desvalorização do Ethereum.
Com menos endereços ativos e taxas de transação em queda, o ecossistema da plataforma de contratos inteligentes está passando por um período de retração que contribui para uma taxa inflacionária alta — algo que afeta diretamente o preço da criptomoeda no mercado.
Usuários e taxas em queda
Desde o início do ano, a quantidade de usuários ativos no Ethereum tem diminuído gradualmente. Ao mesmo tempo, o custo médio por transação e por bloco alcançou os menores patamares já registrados.
Essa combinação resultou em uma redução no volume de ETH retirado de circulação, o que compromete o equilíbrio deflacionário proposto após a atualização que mudou o modelo de consenso da rede.
O impacto do mecanismo de queima
Vale lembrar que, com a introdução do mecanismo de queima de tokens, parte do ETH utilizado como taxa era permanentemente destruída, com o objetivo de conter a inflação da cripto. Essa estratégia ganhou ainda mais força com a transição do modelo de consenso proof of work para proof of stake, no evento The Merge.
No entanto, a atualização Dencun, implementada em 2024, alterou esse cenário ao introduzir melhorias na rede que reduziram as taxas.
Embora o objetivo fosse melhorar a escalabilidade, um efeito colateral foi a queda no ritmo de queima de ETH, o que devolveu ao ativo características inflacionárias.
Análise da CryptoQuant
O analista EgyHash, colaborador da CryptoQuant, aponta que o momento atual do Ethereum está fortemente ligado a esses fatores.
“A queda no número de endereços ativos, somada às taxas mais baixas e à redução no ritmo de queima, tem pressionado negativamente o preço do ETH”, afirmou.
Apesar do cenário delicado, há espaço para recuperação, segundo o analista. Uma retomada na atividade da rede — com mais transações e maior uso do protocolo — pode ajudar a aumentar a queima de tokens e conter a inflação, o que teria impacto direto na valorização da criptomoeda.
Enquanto isso, os números não animam. O Ethereum é cotado a US$ 1.775 no momento da escrita do artigo, com uma queda diária de 1,26% e uma desvalorização acumulada de 16% no mês. Desde o topo deste ciclo, quando ultrapassou os US$ 4.000, a criptomoeda já perdeu mais de 60% de sua capitalização.
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