O bitcoin (BTC) está cotado na casa dos US$ 110 mil. Já chegou a encostar na máxima histórica de US$ 124.457, segundo dados do CoinMarketCap. No entanto, a mineração está longe de viver seu melhor momento.
Mesmo com o preço elevado, os mineradores não estão lucrando como nos ciclos anteriores. A receita por hash está abaixo dos picos de 2017 e 2021. Ao mesmo tempo, os custos de operação não param de subir. O resultado é um setor operando no limite.
🧮 O que é o Mining Equilibrium Index
Para medir essa tensão, o analista e CEO da Alphractal, Joao Wedson, criou o Mining Equilibrium Index (MEI). Ele compara a média de receita por hash dos últimos 30 dias com a média dos últimos 365 dias.
• Se o índice está acima de 1
→ Significa que a rentabilidade está acima da média
• Se está abaixo de 0,5
→ Mostra condições críticas para os mineradores
Em 2025, o MEI está em 1,06. É um nível de equilíbrio, mas longe dos ciclos de euforia que marcaram os anos anteriores.
O gráfico abaixo mostra que, nos grandes bull markets, o MEI chegou a 2,5. Agora, os ganhos estão mais contidos, apesar do preço alto do BTC.

No gráfico, o MEI aparece em laranja e o preço do bitcoin em branco. Dá para ver que:
- Os grandes picos do índice coincidem com os topos de mercado
- Em 2025, o preço está perto da máxima histórica
- Mas o MEI não reage como antes
- Isso mostra que o lucro dos mineradores está sendo engolido pelo aumento dos custos
Máquinas mais potentes, energia mais cara e dificuldade de mineração fazem com que o ganho líquido por hash não cresça com a alta do BTC.
Além disso, desde o halving de 2024, a recompensa por bloco minerado caiu para 3,125 bitcoins. Ou seja, os mineradores recebem menos BTC por trabalho realizado, mesmo tendo que lidar com custos cada vez mais altos.
O corte na emissão reduz a oferta nova, mas também aperta as margens de quem mantém a rede funcionando.

O segundo gráfico, o Hash Capitulation Oscillator, mostra instabilidade. Os picos laranjas são momentos em que mineradores desligam suas máquinas porque não vale a pena continuar operando.
Desde o início do ano, o gráfico aponta para ativação desse padrão, o que é um sinal de que mineradores estão sofrendo para manter a rentabilidade.
Quanto mais isso acontece, maior o risco de que essas empresas sejam forçadas a vender seus BTCs guardados para cobrir despesas.
🧊 O que isso significa para o mercado
Quando o lucro da mineração não cobre os custos, mineradores deixam de ser holders e passam a ser vendedores, gerando pressão de venda no mercado.
Em vez de fortalecer o ciclo, a mineração acaba sendo um fator de tensão. A longo prazo, esse comportamento pode impactar o ritmo de valorização da criptomoeda primária.
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