Ah, o universo das criptomoedas, onde lógica e bom senso muitas vezes entram em férias coletivas. Em uma galáxia não tão distante — mais precisamente no Trump National Golf Club, na Virgínia — ocorreu um jantar prometido como inesquecível para os 220 maiores investidores da memecoin $TRUMP. Spoiler: foi inesquecível, mas não pelos motivos certos.
Imagine gastar US$ 148 milhões coletivos em um token cuja utilidade prática rivaliza com a de um abridor de latas quebrado, tudo em troca de uma noite de glória com o autoproclamado mestre dos negócios, Donald Trump. Mas o que os convidados receberam? Salada com nome pomposo, um prato principal que contava um peixe que provavelmente teve uma experiência de quase morte três vezes antes de chegar à mesa, e um filé mignon que fez o Walmart parecer um restaurante Michelin.
Nicholas Pinto, um influenciador de 25 anos, desembolsou US$ 360 mil para garantir o 72º lugar no ranking de holders. Seu veredito? “Lixo”. Honestamente, isso é ofensivo… com o lixo. Segundo ele, a carne tinha gosto de “Walmart”, o que me faz questionar se o Walmart foi consultado antes de seu nome ser associado a tamanha decepção culinária.
Outros convidados compartilharam o desgosto. Um trader anônimo, provavelmente envergonhado de admitir publicamente o investimento, disse que o evento parecia “encenação para fotos”.
Já John Harper, investidor veterano, afirmou que até festas de casamento em hotéis de beira de estrada oferecem refeições mais dignas. Concordo. Pelo menos em casamentos você pode sair com um pedaço de bolo e um chaveiro.
Enquanto isso, do lado de fora, manifestantes gritavam “vergonha” — em uma rara convergência entre lógica e opinião pública. Até o senador Jeff Merkley apareceu para reforçar que, sim, o evento foi mais uma oportunidade de capitalizar sobre o culto à personalidade do que um jantar significativo.
Trump, fiel ao seu estilo, declarou: “Foi bom, muito bom”. Traduzindo do trumpês para o mundo real: “Teve microfone e holofote, então na cabeça dele, foi um sucesso”. Sua aparição foi breve, e boa parte dos convidados só o viu por meio de binóculos (se tivessem trazido). Até Caitlin Sinclair, a anfitriã do evento e âncora da OANN, não conseguiu uma selfie com o anfitrião-mor.
Ao fim, Nicholas Pinto e seu pai deixaram o local famintos. Afinal, nem mesmo a presença de um presidente compensaria a ausência de comida comestível. “A única parte boa foi o pão e a manteiga”, ele disse.
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