Recessão global de 2008 se repetirá em 2025?

Recessão global de 2008 se repetirá em 2025?
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O mercado de criptomoedas e financeiro global está em forte queda desde que Donald Trump anunciou o “tarifaço mundial”. Inclusive, temores de uma crise estilo a financeira de 2008 já são vistos por investidores, com JP Morgan e Goldman Sachs elevando a probabilidade de recessão nos Estados Unidos em 2025.

Anúncios de tarifas agressivas contra China, Coreia do Sul e Vietnã mostram um retorno à guerra comercial, que pode reacender a inflação, enfraquecer o consumo e desestabilizar ainda mais a economia global. Historicamente, medidas protecionistas como essas já demonstraram seu potencial destrutivo em períodos de fragilidade econômica.

O setor bancário, embora aparente estabilidade, esconde riscos de recessão em seus bastidores. A exposição a produtos de crédito de alto risco e a fragilidade das estruturas de liquidez lembram os tempos que antecederam a queda do Lehman Brothers. Muitos bancos estão sobrecarregados por derivativos e ativos de difícil precificação, o que torna o sistema vulnerável a choques externos.

Dívida dos EUA em alta

Em 1960, os norte-americanos eram responsáveis por 40% do Produto Interno Bruto mundial. No entanto, essa participação vem caindo nas últimas décadas, alcançando 24% em 2019.

Enquanto a influência econômica direta do país diminui, sua dívida pública segue em expansão. Atualmente, o valor acumulado supera os US$ 36 trilhões e a pressão para refinanciar US$ 7 trilhões em dívidas nos próximos seis meses já acendeu um alerta vermelho. Com as taxas de juros ainda elevadas, o custo desse financiamento se torna uma dor de cabeça cada vez maior para a administração Trump.

A estrutura desses déficits se apoia em despesas obrigatórias com programas sociais, além dos elevados custos com defesa e os pagamentos de juros da dívida. Só em 2024, os Estados Unidos gastaram US$ 881 bilhões apenas para pagar juros, o que equivale a 3,2% do PIB. Para o próximo exercício fiscal, a previsão é que esse valor suba para US$ 952 bilhões, um crescimento de 8%.

Dois fatores impulsionam essa escalada: o crescimento da dívida em si, que avançou US$ 2,3 trilhões apenas no último ano, e a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, com destaque para o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos, que saltou de 1,1% para 5%.

Diante desse cenário, alguns caminhos podem conter o avanço do endividamento. Um deles é a reestruturação fiscal, com cortes ou reorganizações nos gastos e aumento de receitas.

Além disso, há a possibilidade de uma correção do déficit em conta-corrente, que mede o saldo entre o que entra e sai do país em transações comerciais e financeiras.

Uma correção agressiva nos mercados também pode ser usada como estratégia para impulsionar os títulos públicos. Ao aumentar a demanda pelos títulos do governo, o preço seria elevado, reduzindo seus rendimentos. A forma mais eficaz de atingir esse objetivo é criando um cenário de incerteza nos mercados de ações e criptomoedas, incentivando investidores a migrar para ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano.

Trump pode ter como objetivo forçar uma situação econômica tão crítica que leve o Federal Reserve (Fed) a intervir com cortes drásticos nas taxas de juros. Com juros mais baixos, refinanciar a dívida pública se tornaria mais viável.

Mas existe mesmo a possibilidade de corte nas taxas no curto prazo?

De acordo com o Goldman Sachs, o Fed iniciará uma série de cortes nas taxas em junho, antes de sua previsão anterior de julho, como parte de um ciclo de flexibilização preventiva.

Em um cenário em que os EUA evitam a recessão, o banco espera que o Federal Reserve implemente três cortes consecutivos de 25 pontos-base, levando a taxa dos fundos federais para uma faixa de 3,5% a 3,75%.

No entanto, se a economia entrar em recessão, o Fed pode responder com medidas mais agressivas, potencialmente reduzindo as taxas em 200 pontos-base no ano que vem.

Considerando a maior probabilidade de uma recessão, a previsão ponderada atual do Goldman Sachs aponta para um corte total na taxa de 130 pontos-base em 2025, acima da estimativa anterior de 105 pontos-base.

Apesar disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deixou claro que o banco central não está planejando nenhuma ação política precipitada. Em vez disso, o Fed pretende permanecer paciente e aguardar mais dados.

“Estamos bem posicionados para esperar por maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes em nossa postura política. É muito cedo para dizer qual será o caminho apropriado para a política monetária”.

O banco central está sendo cauteloso por causa de várias dúvidas, como quais serão exatamente as tarifas, quanto tempo vão durar e se outros países vão responder com retaliações. Powell disse que essas questões serão analisadas com atenção antes de tomarem qualquer decisão.

A grande verdade é que uma política agressiva deve abrir caminho para uma nova era de expansão monetária. Para o mercado de criptomoedas, isso é uma faca de dois gumes: enquanto no curto prazo a turbulência pode provocar quedas, no médio e longo prazo a perspectiva de juros baixos e aumento da liquidez pode impulsionar o bitcoin a novos patamares históricos.

Durante a pandemia de COVID-19, uma combinação parecida — estímulos massivos e taxas reduzidas — levou o BTC a uma forte valorização.

Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, está entre os que projetam uma nova onda de impressão de dinheiro por parte do Fed, o que deve impactar diretamente o valor do dólar e dos títulos do Tesouro. Com a confiança nas moedas tradicionais abalada, ativos digitais ganham força como alternativa.

Fonte: CNN e @bored2boar

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