O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, anunciou nesta quarta-feira (21) que o site oficial do programa “Gold Card” — que oferece residência permanente nos EUA a estrangeiros que desembolsarem US$ 5 milhões — será lançado dentro de uma semana. A declaração foi feita durante o evento Axios Building the Future, realizado em Washington.
A proposta, que parte do presidente local Donald Trump, vem para substituir o antigo visto EB-5, que exigia um investimento de pelo menos US$ 800 mil em projetos econômicos nos EUA. Com a nova iniciativa, o republicano disse que a venda de até 1 milhão desses cartões dourados poderia, em tese, arrecadar recursos suficientes para quitar toda a dívida nacional.
“Todos que conheço e não são americanos vão querer comprar o cartão, se tiverem capacidade financeira”, afirmou Lutnick. Segundo ele, o site trumpcard.gov permitirá inicialmente que os interessados se registrem para demonstrar interesse na aquisição.
Lutnick chegou a comparar o Gold Card a uma apólice de seguro: “Por que alguém não iria querer um Plano B? Se, Deus me livre, algo ruim acontecer, você vai até o aeroporto e o agente da imigração diz: ‘Bem-vindo ao lar'”.
Exemplos internacionais de programas encerrados
Embora programas semelhantes de vistos dourados tenham sido testados por outros países, muitos foram descontinuados. Em Portugal, por exemplo, o governo anunciou o fim da opção de investimento imobiliário no programa Golden Visa, citando preocupações com o aumento dos preços dos imóveis em áreas urbanas e a pressão da União Europeia sobre riscos de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Na Irlanda, o Immigrant Investor Programme (IIP) foi encerrado em fevereiro de 2023 devido a preocupações da Comissão Europeia, Conselho da Europa e OCDE sobre segurança nas fronteiras, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e a adequação do programa às políticas públicas.
Já no Reino Unido, o esquema de visto de investidor Tier 1 foi encerrado em fevereiro de 2022 após preocupações de que o programa estava sendo abusado por indivíduos com riqueza de origem duvidosa, representando riscos à segurança nacional e facilitando a entrada de dinheiro ilícito no país.
Ainda assim, o governo Trump aposta no apelo da residência nos EUA como diferencial competitivo para atrair investidores endinheirados.
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