Rússia usa criptomoedas para vender petróleo e driblar sanções dos EUA

Rússia usa criptomoedas para vender petróleo e driblar sanções dos EUA
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De acordo com a Reuters, a Rússia está recorrendo ao uso de criptomoedas para comercializar petróleo com China e Índia, buscando uma alternativa ao sistema financeiro tradicional diante das restrições impostas por sanções lideradas pelos Estados Unidos. Empresas russas do setor petrolífero passaram a utilizar bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e USDT para converter pagamentos em yuan e rúpias para rublos.

Embora as transações em criptomoedas ainda representem uma parcela pequena do mercado de petróleo local, estimado em US$ 192 bilhões, sua adoção tem crescido como um meio de reduzir a dependência do dólar.

Como funciona o esquema de pagamentos com criptos

O processo é feito através de um comprador chinês que transfere yuan para uma conta offshore administrada por um intermediário. Esse valor é então convertido em criptomoedas e enviado a outra conta antes de ser finalmente trocado por rublos e direcionado às empresas russas. Com isso, a Rússia consegue contornar as dificuldades causadas pelas sanções, que limitaram as opções bancárias tradicionais.

Regulação da Rússia sobre criptomoedas

A Rússia tem avançado na regulamentação do meio cripto. Em 2023, por exemplo, o país aprovou uma legislação que flexibilizou o uso de moedas digitais, permitindo que empresas realizassem transações internacionais com esses ativos. A lei entrou em vigor em novembro de 2024, estabelecendo regras específicas para a mineração e autorizando determinadas companhias a efetuarem pagamentos internacionais utilizando bitcoin e altcoins.

Elvira Nabiullina, presidente do Banco Central da Rússia, comentou que a legislação permite que algumas empresas utilizem criptomoedas para negociações internacionais. No entanto, o banco central mantém a prerrogativa de restringir operações que possam representar riscos à estabilidade financeira.

Outros países adotam criptomoedas para transações petrolíferas

A Rússia não é o único país a recorrer às criptomoedas para driblar restrições financeiras. Irã e Venezuela, que também enfrentam sanções econômicas do Ocidente, já adotaram ativos digitais para facilitar suas exportações de petróleo. Para exemplificar, o governo venezuelano intensificou o uso de criptos em suas transações comerciais após os Estados Unidos restabelecerem sanções contra o setor energético do país.

Por outro lado, os Estados Unidos e a União Europeia vêm intensificando suas ações para conter o uso de criptomoedas por países sancionados. Inclusive, em 2022, o Departamento de Justiça dos EUA impôs sanções à exchange russa Garantex por suspeitas de lavagem de dinheiro.

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