Sam Bankman-Fried é transferido para uma das prisões mais violentas da Califórnia

Sam Bankman-Fried é transferido para uma das prisões mais violentas da Califórnia
BBC

Sam Bankman-Fried (SBF), ex-CEO da extinta exchange de criptomoedas FTX, foi realocado para uma prisão federal na Califórnia, considerada uma das mais duras dos Estados Unidos (EUA).

A transferência levou o empresário condenado ao presídio de segurança média FCI Victorville Medium II.

A nova unidade prisional é conhecida entre consultores penitenciários e ex-detentos como um ambiente marcado por conflitos recorrentes e pela presença de facções organizadas.

Em fóruns e comunidades online, o local chegou a ser apelidado de “Victimville”, numa alusão ao alto grau de violência e às rígidas regras internas baseadas em divisões raciais e alianças entre presos.

A condenação de SBF

SBF cumpre pena de 25 anos por um dos maiores casos de fraude financeira da história dos Estados Unidos. Ele foi considerado culpado por sete acusações de conspiração e engano de investidores. O veredito foi emitido em novembro de 2023 por um júri federal em Nova York, após investigações que apontaram para o colapso bilionário da FTX e o desvio de fundos de clientes.

Antes de chegar ao presídio californiano, o ex-bilionário passou por uma unidade de triagem em Oklahoma, onde permaneceu por duas semanas. Durante um ano e meio, Sam Bankman-Fried esteve detido no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn.

Ambiente de tensão nas prisões da Costa Oeste

De acordo com o consultor Christopher Zoukis, instituições de segurança média, principalmente na Costa Oeste, tendem a oferecer condições mais severas do que prisões de segurança mínima.

Zoukis apontou que essas unidades contam com mais envolvimento de gangues e uma estrutura informal de poder baseada em afinidades raciais ou regionais.

Em muitas delas, inclusive em Victorville, integrar um “car” — grupo de detentos com laços comuns — é considerado importante para a sobrevivência dentro do sistema.

Histórico de violência

Relatos de violência em Victorville não são raros. Casos de agressões entre presos e contra agentes penitenciários fazem parte do histórico da instituição.

Em um episódio ocorrido em 2013, um detento foi espancado até a morte, resultando na condenação de três internos por homicídio.

Já em 2017, um preso foi acusado de tentativa de assassinato após esfaquear o diretor da prisão com uma arma improvisada, exigindo mais de 80 pontos para fechar o ferimento.

Atualmente, a unidade abriga 1.400 pessoas. Os presos são alocados em celas compartilhadas por duas a quatro pessoas.

Apesar das dificuldades, a penitenciária oferece atividades de basquete, trabalhos com couro, artesanato e pebolim, além de cursos básicos de informática com foco no pacote Microsoft Office 2010.

Uma biblioteca jurídica digital também está disponível para aqueles que desejam recorrer judicialmente, como é o caso de SBF, que segue afirmando inocência e tentando reverter sua sentença.

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