Após 40 dias de bloqueio, uma votação decisiva no Senado dos Estados Unidos abriu caminho para reabrir o governo federal. O projeto de lei aprovado neste domingo por 60 votos a 40 autoriza o funcionamento do governo até o fim de janeiro de 2026 e prevê o pagamento retroativo de salários a servidores afetados. Ainda é preciso que a Câmara aprove a proposta e que o presidente Donald Trump assine o texto.
A medida só avançou após um acordo entre republicanos e um grupo reduzido de senadores democratas que romperam com a liderança do próprio partido. Em troca do apoio, os democratas conseguiram que uma votação sobre os subsídios do Obamacare aconteça em dezembro. Esses subsídios, que ajudam famílias de baixa renda a pagar planos de saúde, estão programados para acabar em 31 do próximo mês..
Mesmo com o avanço, o projeto não garante a renovação dos subsídios. A proposta terá que passar pela Câmara, onde os republicanos também são maioria. Ainda assim, o avanço foi tratado como um possível desfecho para a paralisação mais longa da história do país, iniciada em 1º de outubro.
Trump usou sua rede social para criticar os subsídios do Obamacare, dizendo que eles beneficiam seguradoras e prejudicam os estadunidenses. O republicano propõe que os recursos sejam enviados diretamente para os cidadãos, que então escolheriam como contratar seus próprios planos de saúde. Segundo a Casa Branca, o presidente está disposto a negociar, mas apenas depois que o governo estiver reaberto.
Divisão entre democratas e desgaste político
A decisão de apoiar a proposta provocou um racha entre os democratas. Parte da bancada considerou a concessão fraca e acredita que a paralisação era uma oportunidade para forçar a continuidade dos subsídios. Chuck Schumer, líder democrata no Senado, votou contra e foi criticado por aliados e por parlamentares do próprio partido.
Enquanto isso, milhões de pessoas afetadas pela paralisação enfrentam atrasos em programas sociais, redução no tráfego aéreo e falta de pagamento a servidores. A crise também já pressiona a economia, com risco de impacto no crescimento do país se não houver normalização antes do feriado de Ação de Graças.
A expectativa é que a Câmara avalie a proposta ainda nesta semana. Se aprovada sem alterações, bastará a assinatura de Trump para que o governo reabra. Caso contrário, novos entraves legislativos podem estender a paralisação por mais dias.
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