O senador norte-americano Jon Ossoff pediu o impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a revelação de um suposto esquema com a memecoin $TRUMP.
A polêmica surgiu após o político anunciar um jantar de gala exclusivo para investidores da altcoin. O evento foi marcado para 22 de maio no Trump National Golf Club, próximo a Washington. Ele promete reunir os 220 maiores detentores do token em um encontro privado com o presidente estadunidense.
Os 25 principais investidores também teriam direito a uma recepção VIP e a uma visita especial que, inicialmente, foi divulgada como uma “visita à Casa Branca”, mas que teve a descrição alterada depois de críticas públicas.
Durante um debate com eleitores na Geórgia, Ossoff criticou a iniciativa, afirmando que vender acesso ao presidente em troca de investimentos em uma moeda que o beneficia financeiramente configura um claro motivo para impeachment. O senador destacou que a prática é antiética e compromete a confiança pública ao misturar interesses políticos e ganhos pessoais.
O anúncio do jantar impulsionou o preço do $TRUMP em mais de 50%, gerando um aumento milionário nas fortunas associadas à altcoin, estimadas em US$ 10,8 bilhões em tokens sob controle de Trump e seus aliados.
Diante das novas acusações de corrupção, os democratas Elizabeth Warren e Adam Schiff solicitaram que o Escritório de Ética do Governo abra uma investigação.
Para eles, a venda de acesso ao presidente em troca de investimentos configura uma possível prática de “pay to play”, expressão usada para descrever a troca de favores políticos por contribuições financeiras.
Mas será que vai acontecer mesmo o processo de impeachment?
Apesar das denúncias, a abertura de um processo formal de impeachment é considerada improvável, pois o Congresso está sob controle republicano e Trump demitiu o diretor do Escritório de Ética em fevereiro.
Para que o impeachment avance, é necessário que a Câmara dos Representantes aprove a acusação de traição, suborno ou outros crimes graves. Em seguida, o Senado deve realizar um julgamento, onde dois terços dos senadores precisariam votar pela condenação e remoção do presidente.
Trump já enfrentou dois processos de impeachment durante seu primeiro mandato, sem que houvesse condenação no Senado.
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