Seis meses atrás, a SEC dos Estados Unidos rejeitou propostas para criação de ETFs spot de Solana. Hoje, o cenário é bem diferente. Com uma nova abordagem regulatória adotada pela atual administração estadunidense, os fundos da criptomoeda podem finalmente sair do papel, com possível aprovação já no mês de maio.
Durante a gestão anterior da SEC, sob a liderança de Gary Gensler, a maioria das criptos era tratada como valores mobiliários, o que impunha um caminho regulatório mais rígido e pouco claro para emissores interessados.
Esse entendimento começou a mudar com a nova liderança da agência, alinhando-se à visão de que criptomoedas são, em sua maioria, commodities. Essa mudança transfere parte da responsabilidade regulatória para a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), mais alinhada com o tratamento dado a esses ativos em outros países.
Assim, diversas gestoras voltaram a submeter pedidos para lançar ETFs vinculados a altcoins. Entre elas estão nomes de peso como Fidelity, Grayscale e 21Shares, esta última inclusive já indicando que a aprovação de seu fundo baseado em Solana pode ocorrer antes do prazo final estipulado para outubro. Duncan Moir, presidente da 21Shares, afirmou que os sinais da SEC mostram uma decisão favorável ainda em maio.
Apesar da expectativa, o apetite do mercado por esse tipo de produto ainda gera dúvidas. Do lado positivo, os números da Europa destacam uma forte demanda: o ETP de Solana da própria 21Shares, listado na Suíça, já acumula US$ 660 milhões em ativos, valor próximo ao do seu produto de bitcoin (BTC).
Já do lado negativo, está o fraco desempenho dos contratos futuros de Solana lançados na Bolsa de Chicago (CME). No primeiro dia de negociação, o volume ficou em apenas US$ 12 milhões — bem abaixo dos US$ 480 milhões registrados pelo bitcoin e dos US$ 88 milhões do Ethereum (ETH) em suas respectivas estreias.
Leia mais: O que esperar do bitcoin após as tarifas de Trump? Analistas brasileiros respondem