Supercérebro do Google X se apaixona por vídeos de gatos

Supercérebro do Google X se apaixona por vídeos de gatos
Imagem destaque: ChatGPT

Claro, vamos celebrar um dos maiores avanços da inteligência artificial (IA) moderna: um supercérebro digital, desenvolvido pelo Google X (aquele mesmo laboratório que parece saído de um episódio de ficção científica), que decidiu usar todo o seu poder computacional para… reconhecer gatos. Sim, gatos. Parafraseando o brilhante Spock: “Fascinante”.

Vamos aos fatos. Uma equipe de cientistas da computação criou, em 2012, uma rede neural com 16 mil processadores interligados e um bilhão de conexões. Em vez de usar essa maravilha tecnológica para, digamos, encontrar a cura para doenças ou resolver problemas matemáticos complexos, decidiram deixá-la livre na selva do YouTube. Resultado? O sistema desenvolveu uma obsessão felina. Porque, claro, não há nada mais avançado em termos de inteligência artificial do que imitar os hábitos de navegação de um adolescente entediado.

Os números por trás da obsessão por gatos

A criação desse “cérebro artificial” levou três dias para ser exposto a 10 milhões de thumbnails de vídeos do YouTube. Sem qualquer instrução prévia, o sistema começou a identificar rostos humanos com 81,7% de precisão, partes do corpo com 76,7% e, veja só, gatos com 74,8%. Não é irônico? Uma criação de engenharia que beira a ficção científica gastando seus neurônios sintéticos em bichanos.

“Nunca dissemos a ele que aquilo era um gato”, explicou Jeff Dean, pesquisador do Google. Pois é, a máquina chegou lá sozinha. Um marco histórico: o nascimento da primeira inteligência artificial gateira.

Andrew Ng, cientista da computação de Stanford e colega de projeto, resumiu a filosofia por trás da ideia: “em vez de dizer à máquina como enxergar o mundo, jogamos uma tonelada de dados nela e deixamos que ela se vire”. Ou seja, é como ensinar crianças jogando enciclopédias em cima delas e torcer para que aprendam por osmose.

As “células da vó” e a IA gateira

Esse tipo de aprendizado não supervisionado, segundo os cientistas, remete às teorias das chamadas “células da vó” – aquelas que disparam quando você vê algo que reconhece como importante, como o rosto da sua avó ou, neste caso, um gato esticado num tapete. A diferença é que essas células são biologicamente complexas, enquanto a versão digital… bem, ela gosta de gatos e thumbnails.

Para não ficar atrás da IBM, que em 2009 criou um simulador com um bilhão de neurônios humanos, o Google resolveu fazer o seu próprio cérebro, ainda que o original humano tenha mais de 80 bilhões de neurônios. Mas vamos com calma. O objetivo aqui não é vencer a natureza, mas sim torná-la obsoleta via gatos virtuais.

Mesmo assim, os criadores admitem: ainda não é o algoritmo perfeito. Mas não faz mal. Desde que continue encontrando gatos com sucesso, a humanidade pode dormir tranquila.

Em resumo, enquanto você achava que sua IA ia ajudar a construir um futuro melhor, ela está lá, no escuro da rede neural, com olhos digitais brilhando de emoção, assistindo ao vídeo do gato tocando teclado pela milionésima vez. E sinceramente? Sheldon aprovaria. Sarcasticamente, é claro.

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