Maioria conservadora derruba restrição na Califórnia e permite que agentes federais façam abordagens com base em aparência e sotaque. Decisão foi criticada por ativistas e autoridades locais
A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou o governo Trump a retomar operações de imigração no sul da Califórnia com base em critérios de aparência racial, idioma e tipo de trabalho.
A decisão suspende uma ordem anterior da juíza Maame Frimpong que impedia esse tipo de abordagem em Los Angeles.
A decisão, assinada por seis dos nove ministros da Corte, todos nomeados por presidentes republicanos, foi tomada sem explicações formais e recebeu críticas de autoridades californianas.
Segundo o governador Gavin Newsom, trata-se de um “desfile de terror racial” endossado pela mais alta corte do país.
📍 Latinos e imigrantes na mira
A ação judicial que está em curso foi movida por um grupo de imigrantes e cidadãos americanos latinos abordados em operações federais.
As ações ocorriam em lava-rápidos, pontos de ônibus e áreas agrícolas, com base em suspeitas genéricas e sem mandado judicial.
Com a decisão da Suprema Corte, os agentes do ICE (serviço de imigração) voltam a ter liberdade para fazer patrulhas móveis.
A prática, segundo os autores da ação, vem sendo usada para prender qualquer pessoa que aparente ser latina, fale espanhol ou esteja em empregos considerados informais.
A juíza Frimpong havia considerado que as abordagens violavam a Quarta Emenda da Constituição, que protege contra buscas e apreensões arbitrárias.
O caso agora volta ao tribunal federal, que deve ouvir novas evidências no fim de setembro.
📣 Reações de dentro e fora da justiça
A ministra Sonia Sotomayor, primeira latina a integrar a Suprema Corte, classificou a decisão como racismo institucionalizado.
Para ela, a mensagem enviada é que qualquer latino pode ser preso a qualquer momento, independentemente de sua cidadania.
O Departamento de Justiça, por outro lado, celebrou a decisão como uma “vitória contra a interferência judicial”.
A procuradora-geral Pam Bondi, nomeada por Trump, afirmou que a medida “liberta os agentes da imigração da microgestão dos juízes”.
Organizações de direitos civis, como a ACLU e a Immigrant Defenders, prometeram continuar lutando.
“Essa não é uma decisão final. É só o começo de mais uma batalha”, declarou o advogado Mohammad Tajsar.
A coalizão CHIRLA afirmou que vai continuar monitorando, documentando e protestando contra o que chamou de “política de crueldade federal”.
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