A Justiça dos Estados Unidos autorizou o prosseguimento da ação movida pela Celsius contra a Tether, que acusa a empresa por trás do USDT de quebra de contrato e transferências consideradas fraudulentas. A disputa gira em torno da liquidação de 39.500 BTC, avaliada em US$ 4 bilhões, feita no auge da crise que derrubou a Celsius.
A companhia falida alega que a Tether ignorou uma cláusula contratual que exigia prazo mínimo de 10 horas antes de liquidar garantias. Em vez disso, a venda teria sido feita imediatamente após o colapso do mercado, o que gerou fortes perdas.
Outro ponto da acusação afirma que a Tether usou os valores da venda dos BTCs para quitar, de forma indevida, uma dívida de US$ 812 milhões que tinha com a Celsius — sem a autorização formal exigida.
A defesa da Tether tentou encerrar o processo alegando que ele não deveria ser julgado nos Estados Unidos, mas a juíza Katherine Polk Failla decidiu que há conexão suficiente com o território estadunidense. Afinal, os contratos foram negociados com empresas dos EUA, contas bancárias locais e executivos baseados no país.
📉 O que está em jogo no processo
A decisão não representa uma condenação, mas permite que o caso siga para as próximas etapas, como produção de provas, depoimentos e eventual julgamento.
Se Celsius vencer total ou parcialmente:
- A Tether será obrigada a devolver 57.928 BTC ou seu equivalente em dólares;
- Pagará US$ 100 milhões (ou mais) em danos por quebra contratual;
- Arcará com custos judiciais e honorários de advogados;
- Poderá ser obrigada a reaver transferências feitas num período sensível, conforme regras sobre preferências e fraudes em falências.
Vale lembrar que tanto Celsius quanto Tether são alvos frequentes de discussões regulatórias. A Celsius entrou em colapso em 2022 e, desde então, tenta recuperar valores para seus credores.
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