Trump afirma: ‘O Brasil nos taxa demais, vamos taxar de volta’

Trump afirma: 'O Brasil nos taxa demais, vamos taxar de volta'
Diario de Pernambuco

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil está entre os países que mais taxam produtos dos EUA.

Com isso, o republicano destacou a importância do princípio da reciprocidade, dizendo que, caso o Brasil continue a impor altas tarifas sobre os produtos norte-americanos, seu governo responderá com tarifas semelhantes.

Trump também mencionou a Índia como outra nação que poderia enfrentar essa política.

Essa é a primeira vez que o Brasil foi citado diretamente por Trump em relação à possibilidade de aumento de taxas.

O político já havia informado sua intenção de elevar em 25% as tarifas sobre produtos do México e do Canadá e em 10% sobre os produtos chineses, uma vez que tome posse no dia 20 de janeiro de 2025.

Relação comercial entre Brasil e Estados Unidos

O Brasil é atualmente o segundo maior parceiro comercial dos EUA, atrás apenas da China, e já exportou US$ 36,5 bilhões para o país norte-americano, além de ter importado US$ 37,3 bilhões em produtos dos Estados Unidos neste ano, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.

Os itens brasileiros mais comprados pelos norte-americanos foram aeronaves, aço e máquinas para construção e mineração, além de café em grão e suco de laranja, que são vendidos sob cotas de importação.

Os produtos dos EUA que entram no Brasil estão sujeitos a impostos que podem chegar a até 60% sobre o valor do produto, além das taxas adicionais IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Cofins e ICMS, dependendo das especificidades do item.

Trump já havia sinalizado sua disposição de aumentar tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiros, medida que foi suspensa em 2019 após conversas com o então presidente Jair Bolsonaro.

Para Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM, o Brasil está em uma posição mais favorável para lidar com esse tipo de política protecionista.

Além disso, a aproximação entre o Mercosul e a União Europeia mostra que o país tem alternativas para diversificar seus parceiros comerciais.

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