Donald Trump anunciou na sexta-feira (7) a imposição de novas tarifas comerciais. Durante reunião na Casa Branca com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, o republicano disse que as medidas entrarão em vigor já na próxima semana e afetarão diversas nações.
Embora não tenha dito quais países serão atingidos nem as alíquotas exatas, o presidente dos Estados Unidos apontou que a decisão tem o intuito de garantir um tratamento justo ao comércio norte-americano.
“Seremos tratados de maneira equilibrada, nem mais, nem menos”, afirmou a jornalistas no Salão Oval.
Setores na mira de Trump
O setor automotivo é um dos principais alvos das novas medidas. Trump destacou que as tarifas sobre veículos estão “sempre na mesa” e que sua administração busca corrigir déficits comerciais, sobretudo com a Europa.
O político já criticou o imposto sobre valor agregado (VAT) da União Europeia, que incide sobre exportações americanas e, em alguns casos, ultrapassa 15%.
Além do setor automotivo, os segmentos de aço, petróleo e produtos farmacêuticos também podem ser impactados.
Durante os primeiros dias de seu governo, Trump chegou a impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, mas recuou após negociações sobre segurança nas fronteiras.
Por outro lado, a China não escapou das medidas, sendo atingida por uma tarifa de 10%. Como resposta, Pequim divulgou a aplicação de novas tarifas sobre produtos vindos dos Estados Unidos.
De acordo com o Ministério das Finanças da China, a partir de 10 de fevereiro, haverá uma sobretaxa de 15% sobre importações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA. Além disso, as tarifas sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns modelos de veículos fabricados no país norte-americano serão elevadas em 10%.
Impacto econômico e custos para os consumidores
Com a implementação das tarifas, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) aumentará a fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras terrestres. Os impostos arrecadados serão destinados ao Tesouro norte-americano, mas os custos recairão sobre os importadores dos EUA, que tendem a repassar os aumentos para os consumidores.
Segundo o JPMorgan, embora alguns fabricantes estrangeiros reduzam seus preços para mitigar os impactos sobre compradores norte-americanos, essa prática é rara. Atualmente, as tarifas representam menos de 3% da receita federal, mas com as novas políticas, esse percentual pode crescer muito mais.
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