Trump chama Xi Jinping de ‘amigo pessoal’ em meio à escalada de tarifas contra a China

Trump chama Xi Jinping de 'amigo pessoal' em meio à escalada de tarifas contra a China
GROK

A relação econômica entre os Estados Unidos (EUA) e a China voltou a estremecer na quinta-feira (10) após uma nova medida adotada pelo governo estadunidense. O presidente Donald Trump declarou publicamente seu desejo de alcançar um entendimento com Pequim, mas reforçou críticas à postura chinesa nos últimos anos.

Durante uma reunião na Casa Branca, o republicano afirmou que os EUA estariam apenas corrigindo desequilíbrios históricos nas trocas comerciais entre as duas potências. Segundo o político, os chineses teriam se aproveitado do país ao longo do tempo, o que justificaria a adoção de tarifas mais agressivas.

Tarifas chegam a 145% e derrubam mercados

A declaração ocorreu no mesmo dia em que o governo Trump confirmou que as tarifas aplicadas sobre produtos chineses chegaram ao patamar de 145%. A medida impactou os mercados financeiros. Para exemplificar, os principais índices de ações dos EUA fecharam em forte queda: o Dow Jones recuou 2,5%, o S&P 500 perdeu 3,2% e a Nasdaq caiu 4,31%.

Com isso, os mercados contabilizam a quinta sessão negativa em seis dias, revertendo o breve otimismo registrado na véspera, quando uma trégua temporária nos impostos sobre alguns países havia sido anunciada, o que não é uma surpresa, afinal, tarifas tão elevadas podem comprometer o fluxo de negócios entre as duas maiores economias do mundo.

Especialistas alertam para impacto sobre consumidores

Erica York, vice-presidente da Tax Foundation, afirmou em entrevista à CNBC que, ao ultrapassar o patamar de três dígitos, os tributos tendem a inviabilizar a maioria das operações comerciais.

De acordo com a especialista, o custo das tarifas, na prática, recai sobre empresas e consumidores dos EUA, e não sobre os exportadores chineses. Produtos sem alternativas no mercado interno ainda podem continuar sendo importados, mas com impacto direto nos preços pagos pela população estadunidense.

Apesar do baque nos mercados e da crítica de analistas, a administração Trump parece não demonstrar preocupação. Peter Navarro, conselheiro sênior de comércio da Casa Branca, minimizou os efeitos das medidas e ironizou a cobertura da imprensa, apontando para “motivações políticas nas análises negativas”.

China reage e promete resistência

Do outro lado do globo, a resposta do governo chinês veio em tom duro. Um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, com sede em Hong Kong, classificou a atitude norte-americana como uma tentativa coercitiva de forçar concessões, e garantiu que a China não irá ceder a pressões externas.

Ainda assim, Trump mostrou confiança em um eventual entendimento com o presidente chinês Xi Jinping, a quem se referiu como um amigo pessoal. Ele acredita que as negociações poderão avançar e resultar em benefícios mútuos para ambos os países.

Pequenos empresários sentem os efeitos da guerra comercial

Enquanto isso, os efeitos práticos da guerra comercial já atingem pequenos empresários. Um importador de brinquedos adaptados para crianças com necessidades especiais relatou à Fox News que seus custos com tarifas saltaram de US$ 26 mil para US$ 346 mil de um dia para o outro. O empresário criticou a falta de compreensão sobre quem arca com os custos das tarifas, afirmando que são os norte-americanos, e não os chineses, que pagam a conta.

Sobre isso, Trump defendeu que os Estados Unidos passarão por uma fase de transição que trará benefícios de longo prazo. Ele mantém a opção de reativar as tarifas temporariamente suspensas caso as tratativas com outros países não avancem.

Autoridades do alto escalão do governo afirmam que estão negociando com dezenas de nações e esperam garantir mais previsibilidade nas políticas comerciais. No entanto, ainda não há detalhes sobre quais acordos estariam próximos de ser firmados.

Leia mais: China reage a tarifas dos EUA e eleva impostos para 125%

Deixe seu comentário: