Trump quer acordo com União Europeia e cogita reduzir tarifas sobre a China

Trump quer acordo com União Europeia e cogita reduzir tarifas sobre a China
Imagem destaque: ChatGPT

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (8) que tem interesse em realizar acordos comerciais com a União Europeia e a China, apontando para uma possível redução nas tarifas impostas a esses blocos econômicos.

Em pronunciamento na Casa Branca, Trump anunciou um acordo comercial com o Reino Unido, destacando-o como um modelo para futuras negociações. O pacto prevê a redução de tarifas sobre automóveis, aço e alumínio, além de maior acesso de produtos agrícolas dos EUA ao mercado britânico. Apesar do acordo, uma tarifa básica de 10% sobre importações da nação insular permanecerá em vigor.

Atualmente, a União Europeia está preparando uma lista de possíveis tarifas retaliatórias sobre produtos estadunidenses, focando em aeronaves, automóveis, equipamentos elétricos e alimentos, totalizando até €95 bilhões.

A medida tem o intuito de pressionar os EUA a recuar nas tarifas impostas ao bloco europeu. A Comissão Europeia enfatizou a preferência por uma solução negociada, mas declarou que está pronta para agir caso as conversas não avancem até julho deste ano.

Negociações com a China e possíveis reduções tarifárias

Trump também abordou as relações comerciais com a China, afirmando que espera uma redução nas tarifas atualmente em 145% sobre produtos chineses. Ele destacou que “não é possível subir mais” e que as tarifas devem diminuir. Inclusive, autoridades dos EUA e da China devem se reunir na Suíça neste fim de semana para discutir a questão.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer liderarão a delegação estadunidense, enquanto o vice-premiê chinês He Lifeng representará Pequim. As negociações foram motivadas por preocupações mútuas sobre os impactos econômicos das tarifas, que têm afetado cadeias de suprimentos globais e aumentado os custos para consumidores e empresas em ambos os países.

Bessent afirmou que as tarifas atuais são “insustentáveis” e equivalem a um “embargo comercial”, apontando para a necessidade de “desescalar antes de avançar” nas negociações. Ele enfatizou que os EUA não buscam um desacoplamento econômico da China, mas sim um comércio justo.

Enquanto isso, Trump afirmou que não reduzirá as tarifas unilateralmente para incentivar as negociações, insistindo que o país asiatico precisa demonstrar disposição para abrir sua economia e reduzir o superávit comercial com os EUA. Por sua vez, o Ministério do Comércio da China afirmou que as negociações devem ocorrer com base em “respeito, igualdade, consulta e benefício mútuo”.

Implicações econômicas

As tarifas impostas por ambos os países têm causado preocupações sobre uma possível recessão global. Inclusive, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua previsão de crescimento global para 2025 de 3,3% para 2,8%, citando as tensões comerciais como um fator-chave. Nos EUA, o crescimento econômico desacelerou, enquanto na China, a atividade industrial mostrou sinais de enfraquecimento.

Analistas observam que, embora as negociações em Genebra representem um passo positivo, ainda há ceticismo sobre a rapidez com que um acordo abrangente pode ser alcançado. Para exemplificar, Henrietta Treyz, diretora de política econômica da Veda Partners, considera “insana” a expectativa de que as tarifas possam ser reduzidas para 40% após as conversas iniciais. Ela acredita que uma redução para níveis entre 50% e 60% seria mais plausível, mas ainda assim depende de avanços nas negociações.

Nathan Sheets, economista-chefe do Citi e ex-funcionário do Tesouro dos EUA, compartilha do ceticismo, descrevendo o encontro como um “quebra-gelo” e apontando que “o fosso entre os dois países é atualmente amplo, e é provável que leve mais do que algumas horas de discussão para alcançar progresso”.

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