A Comissão Europeia vai propor até o fim da semana a remoção de todas as tarifas sobre bens industriais dos Estados Unidos. A iniciativa é uma resposta a uma exigência de Donald Trump, que condiciona a redução de tarifas sobre carros europeus a essa mudança.
Apesar de reconhecer que o acordo favorece os estadunidenses, a UE vê o movimento como necessário para garantir previsibilidade às empresas.
A proposta deve seguir em ritmo acelerado, sem o tradicional estudo de impacto. A justificativa é garantir que as tarifas dos EUA sobre automóveis europeus recuem de 27,5% para 15%, com validade retroativa a 1º de agosto.
Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a comissão também deve aplicar tarifas preferenciais para produtos agrícolas e frutos do mar.
A Alemanha exportou US$ 34,9 bilhões em carros e peças para os Estados Unidos apenas em 2024. A indústria automotiva é um dos principais pilares da balança comercial europeia com os EUA.
Se os europeus não apresentarem a proposta até o fim do mês, os veículos continuarão fora do acordo.
Mesmo negociando com Bruxelas, Trump mantém o tom agressivo contra países que tributam serviços digitais, sem dizer se a UE será atingida.
O republicano também segue crítico às regras europeias que pressionam big techs dos EUA, como Google e Apple.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, resumiu o sentimento geral de Bruxelas ao afirmar que o acordo é “forte, ainda que não seja perfeito”.
A aposta, agora, é que a remoção das tarifas industriais acabe abrindo espaço para uma trégua comercial maior entre os dois lados do Atlântico.
📌 Leia também:
Trump ameaça Lisa Cook, mas não pode demitir governadora do Fed
Trump ameaça tarifa de 200% contra a China em disputa por ímãs de terras raras
Japão quer cortar imposto sobre cripto e liberar ETFs até 2026
Fique por dentro das notícias mais quentes do mundo: entre no nosso canal no WhatsApp.