Utilizando a tecnologia blockchain do Bitcoin, os 76.911 documentos dos Arquivos da Guerra do Afeganistão, originalmente divulgados por Julian Assange e Chelsea Manning em 2010, serão registrados de forma imutável por meio do protocolo Ordinals, garantindo que essas informações permaneçam acessíveis mesmo diante de tentativas de censura ou apagamento.
A iniciativa é organizada pelo Project Spartacus e começará em 12 de dezembro, permitindo que qualquer pessoa contribua para o processo de inscrição dos documentos na blockchain.
A ideia é que, mesmo que o site WikiLeaks ou o Internet Archive sejam desativados, os dados permanecerão disponíveis em uma rede distribuída mundialmente.
“Ter esses arquivos em uma plataforma descentralizada é um uso incrível do protocolo Ordinals. Essas informações devem durar para sempre”, disse Gabriel Shipton, irmão de Assange e líder da campanha pela sua liberdade.
Tecnologia como aliada contra a censura
O uso do protocolo Ordinals permite que dados sejam gravados diretamente em satoshis, a menor unidade de Bitcoin.
Cada documento será inscrito individualmente, um processo complexo que deve se estender por várias semanas devido ao grande volume de arquivos.
Segundo Toby Lewis, fundador do OrdinalsBot, o projeto é um dos maiores já realizados na rede do BTC.
“Estamos preparados para lidar com um mint em grande escala como esse, pois a infraestrutura do OrdinalsBot já lidou com projetos com mais de 100 mil arquivos”.
A conexão entre Assange e o Bitcoin
Julian Assange tem uma longa história com o Bitcoin. Quando o WikiLeaks começou a aceitar doações em BTC, isso ajudou a manter o projeto operacional durante um bloqueio bancário global.
Contudo, a decisão foi motivo de preocupação para Satoshi Nakamoto, criador da criptomoeda primária, que temia os efeitos colaterais dessa visibilidade repentina.
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